Economia

Safra de tabaco supera estimativa e fecha em 605.703 toneladas

Publicado em: 23 de agosto de 2023 às 14:33 Atualizado em: 08 de março de 2024 às 12:13
  • Por
    Carolina Sehnem Almeida
  • Fonte
    Assessoria de Imprensa Afubra
  • Foto: Carolina Almeida/ Jornal Arauto
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    Também, ao comparar com o ciclo anterior, Afubra observou aumento de área plantada, além da produção

    Superou a estimativa. A produção sul-brasileira de tabaco da safra 2022/2023 chegou a 605.703 toneladas, segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). A variedade Virgínia chegou a 551.586 toneladas; o Burley, 46.469; e o Galpão Comum, 7.649 toneladas. Em novembro de 2022, lembrou o presidente da Afubra, Marcilio Laurindo Drescher, a entidade divulgou uma estimativa inicial de que a safra sul-brasileira poderia atingir 604.732 toneladas. “Quando divulgamos essa estimativa inicial, o cálculo é realizado usando o número de pés inscritos no Sistema Mutualista, por tipo de tabaco, somando-se o número de pés dos produtores que não estão inscritos no Sistema, mais um percentual de produtores que plantaram a mais ou a menos que o inscrito. Estes três fatores nos dão certeza sobre a área plantada. Volume de produção e produtividade, como os produtores rurais sabem, dependem do clima e tratos culturais utilizados. E isso ficou bem demonstrado nessa safra, onde houve períodos que se acreditava numa quebra de safra e, se ocorreu foi bem pontualmente, em regiões específicas, pois, na grande maioria das regiões produtoras ocorreu uma boa produtividade e a estimativa de produção se confirmou, inclusive com um pequeno acréscimo”, enfatiza Drescher.

    A pesquisa da entidade também permitiu uma análise comparativa entre as safras 2021/2022 e 2022/2023, novamente tendo destaque para a produção em solo gaúcho, mas com crescimento em produtividade nos demais estados. “Levando em consideração o Sul do Brasil, em termos de área, houve um aumento de 6,1%, ou seja, 246.590 ha na 2021/2022 para 261.740 ha. A produção aumentou de 560.181 toneladas para 605.703 toneladas, um aumento de 8,1%. Numa análise por estado na produção sul-brasileira, do Rio Grande do Sul foi de 256.947 toneladas, com uma participação de 42,4%; os fumicultores catarinenses produziram 192.235 toneladas, com participação de 31,7%; e no Paraná, 156.522 toneladas, com uma participação de 25,8%. Na produtividade nesta safra, comparada com a safra passada, houve um aumento de 0,7% no Rio Grande do Sul; Santa Catarina teve aumento de 1,5% e no Paraná, de 3,7%.”

    Melhora no preço

    O preço médio praticado na safra 2021/2022, sul-brasileiro, foi de R$ 17,02 e na 2022/2023 R$ 18,12, uma variação de 6,5%. O preço médio praticado por estado, temos, no Rio Grande do Sul, R$ 18,03; em Santa Catarina R$ 18,45; e no Paraná R$ 17,88. “Novamente, nessa safra, tivemos uma melhora no preço praticado, a partir de maio, apesar do volume de tabaco disponível. Um dos fatores é que houve uma queda na produção na Índia, o que fez com que o mercado internacional se voltasse para o Brasil”, explica Drescher, ressaltando que isso não pode ser considerado motivo para um aumento no plantio. “Temos que levar em consideração que, se não houver quebra de safra em outros países produtores, nosso produto pode não ser valorizado”.

    Já a receita bruta do tabaco, valor recebido pelos produtores, no Sul do Brasil, em 2021/2022 foi de R$ 9.536.432.060,00.  E em 2022/2023, R$ 10.977.929.575,49. “Tivemos, portanto, um aumento de 15,1% na receita bruta. Neste total, em 2022/2023, o Rio Grande do Sul participou com R$ 4.632.146.279,32, o que representa 42,2% do Sul do Brasil. Santa Catarina obteve uma receita bruta de R$ 3.546.840.971,69, representando 32,3%. No Paraná, a receita bruta chegou a R$ 2.798.942.324,48, representando 25,5%”.

    Safra 2023/2024

    A estimativa de produção para a safra 2023/2024 será finalizada no fim do mês de outubro. A projeção de área sul-brasileira a ser plantada, indica para um leve aumento. “Em nossas visitas à associados temos recebido informações de aumento de área e de pés de tabaco. Isso é temeroso, pois pode haver um aumento muito grande na produção brasileira, o que pode implicar numa menor lucratividade para o produtor. Menos é mais; é importante adequarmos a produção à demanda”, finaliza o presidente da Afubra.