Músico revela como começou a compor e detalha que escreveu letras até em papel de carteira de cigarro
“Acho que aprendi a cantar desse meu jeito, ouvindo meu pai e os tios cantando no porão da casa da Nona”. É assim que Flávio Dalcin, hoje com 59 anos, descreve sua chegada à música. Com sangue de artista correndo nas veias, tanto pelo lado do pai como pelo da mãe, tornou-se um conhecido expoente do Rio Grande do Sul. Sua voz é identificada pelas mais variadas gerações e costuma remeter a momentos marcantes. Quem nunca foi a um evento e ouviu “Maria tcha, tcha, tcha”? A composição é dele.
Aos 14 anos, antes de se tornar músico, era radialista. Depois foi ao seminário. Começou a escrever e a melodiar. Um dos padres que cuidava dos seminaristas, então, falou que as composições eram boas e viu no adolescente um futuro promissor. “Aquilo me empolgou e acho que nunca mais parei”, revela. Ao sair do seminário, Flávio participou do Festival Estudantil Estadual da Canção (FEEC). Ali, alcançou o terceiro lugar em composição. Então, a banda Corpo e Alma, que é da região noroeste do estado – de onde ele é natural -, precisava de um cantor e de um compositor. “Acharam que eu cantava e fazia música diferente e seria bom pra banda”, lembra ele, que guarda com precisão o momento: março de 1984. No mês de agosto daquele ano já estava tocando nas rádios sua primeira gravação com o Corpo e Alma – disco “Já dissemos adeus”. “Fiquei cinco anos no Corpo e Alma. Depois formamos a banda Sangue Latino. Fiquei somente dois anos. Depois, fui para o Terceira Dimensão, onde fiquei 15 anos. Em 2006 formamos a Banda Ouro, que agora em abril completa 14 anos”, relata.
Nessas mais de três décadas de trajetória, as composições foram tantas que nem lembra mais o número. O que está vivo na memória são histórias, por vezes, pitorescas. Ele conta que já fez música viajando por estrada de chão em 10 minutos. “Eu compondo e passando a letra pra minha esposa, Ediane”, brinca. Outras músicas foram compostas dentro de avião, andando a cavalo, pescando. “Já fiz música para a minha família, para meus filhos, música de cunho satírico, como a ‘Alan Bique’, de cunho político, como a ‘Água pros bisnetos’ – inclusive esta rendeu vários trabalhos de faculdade”, comenta.
Mas de onde vem inspiração para tanta canção? “Eu sou um contador de histórias. Muitas vezes, é verdade e outras a gente inventa. Isso exige prática, na verdade é um dom”, diz, ao resgatar na lembrança suas composições feitas em pequenos pedaços de papel, por ora doados, até mesmo por quem nem o conhecia. “Em carteiras de cigarro foram várias as composições. Tirava o papel, aquele branco de dentro da carteira, e escrevia. Atrás de cartaz de banda também. E uma vez terminei uma canção em cima da barca em Itapiranga, Santa Catarina, em uma folha de papel que o balceiro me arrumou”, revela. “Pior que é a mais pura verdade”, brinca ele, que diz que não tem hora para compor, que depende muito se precisa ou alguém lhe pede.
A MÚSICA EM SUA VIDA
É de família. Pelo lado dos Dalcin, conta ele, todos eram cantores italianos. “Tinham corais formados onde estivessem – fosse no Brasil ou na Itália”, diz. A maioria da família foi para Carlos Barbosa, na serra gaúcha, e estruturou o Coral dos Dalcin. “Já meu pai veio aqui para os lados de Três de Maio [cidade onde Flávio mora hoje] ainda guri e se casou com uma moça de sobrenome Idalgo, que era de família instrumentista. Tinham até um conjuntinho, ‘Os irmãos Idalgo’, com gaita, violino, violão e bateria”, revela Flávio, ao dizer, então, que foi dali que saiu sua vocação musical.
Hoje, morando no interior de Três de Maio e ativo na Banda Ouro, ele conta dos planos: concluir um novo CD, com regravações, mas muitas composições autorais e lançar, ainda neste ano, o primeiro DVD da banda.
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