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    Maiquel Thessing
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    Roque Bohnen: a trajetória do ‘Telê Santana do Interior”, um ícone do futebol amador

    Publicado em: 23 de fevereiro de 2024 às 15:57 Atualizado em: 18 de março de 2024 às 15:12
    Foto: Divulgação
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    Hoje aos 70 anos, ele nutre paixão pelo futebol desde a infância e é figura conhecida nos campos da região

    Roque Bohnen, aos 70 anos, é uma figura conhecida no cenário do futebol amador. Natural de General Osório, no interior de Santa Cruz do Sul, sua história é de paixão pelo esporte desde a infância. Sua jornada no futebol começou aos 13 anos, quando Roque vestiu a camisa do São Miguel de General Osório, enfrentando o time do Esperança de Linha Nova. Sua posição em campo era a de lateral esquerdo, uma posição que ele adorava. E, desde então, seu coração se entregou ao extinto Gaúcho de Vitorino Monteiro, único time, segundo ele, que sempre torceu.

    A transição de jogador para treinador foi uma evolução natural para Roque. Após conquistar o título do primeiro Campeonato Monte Alverne em 1978 como jogador, assumiu o comando do Gaúcho de Vitorino Monteiro nos anos 80, onde brilhou conquistando dois títulos. A partir daí, sua carreira como treinador decolou, acumulando sucessos em diversos times, como Saraiva, São José, Bangu, entre outros, totalizando 15 títulos ao longo de sua trajetória.

    Mas o legado de Roque vai além das conquistas em campo. Ele é reverenciado por sua influência no desenvolvimento de novos talentos e na inspiração que proporciona a outros treinadores, como Max Gottems e Dário Beckencamp, que o consideram uma referência.

    Conhecido como o "Tele Santana do Interior", apelido dado pelo radialista Norberto Frantz nos anos 80, Roque é lembrado não apenas pelos seus feitos esportivos, mas também por suas famosas frases motivacionais e seu estilo peculiar à beira do campo. A mais lembrada é quando disse para o Marcos Rivelino, num jogo do São José, “tu é o melhor jogador do meu time, mas hoje vai ficar olhando o jogo comigo no banco". 

    Seu título mais relevante, o Municipal de Santa Cruz do Sul em 2005 com o Bangu, é lembrado não apenas pela conquista em si, mas pela superação de desafios e pela forma como Roque soube liderar sua equipe rumo à vitória, mesmo diante das adversidades.

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    "Diversas vezes montei a seleção de jogadores do futebol amador, para enfrentar as equipes profissionais de Santa Cruz, Avenida e Guarani. Lembro com orgulho dos resultados: Santa Cruz 1×1, Guarani derrota de 1×0 (gol de Geraldo Coalhada) e Avenida derrota de 1×0. No União de Quarta Linha Nova Alta fui vice de um campeonato da Lifasc. Assumi o time no meio do campeonato, com a equipe em último lugar. E na festa de encerramento, recebi o troféu de treinador destaque por esse feito", relembra. 

    Além do futebol, Roque também deixou sua marca na comunidade como comerciante, festeiro e presidente de entidades locais. Seus afazeres e hobbies se entrelaçam com o esporte, demonstrando seu compromisso e paixão pela comunidade e pelo jogo que tanto ama. "Fui comerciante por quase três décadas do Bar Central em Monte Alverne. Fui festeiro na festa do Colono e Motorista, na comunidade católica de onde sou membro. E também fui o presidente do Circulo de Pais e Mestres do Colégio Estadual Monte Alverne, onde me orgulho de ter instalado a primeira máquina de xerox da escola. Jogava bolão com a equipe da Secma. Além disso, o restante era futebol, como a Associação de Veteranos de Monte Alverne onde também fui presidente". 

    Bohnen também lembra de uma história curiosa envolvendo o treinador Mano Menezes. "Nos anos 2000 fui o treinador do Juventude de Vila Arlindo, Venâncio Aires, no Campeonato Municipal. Cheguei na final contra a equipe do Mato Leitão. O treinador adversário era o Mano Menezes e eles foram campeões. Sempre brincam que, se eu tivesse vencido o Mano, teria sido eu o treinador da seleção brasileira", conta Roque.

    Roque lembra com carinho de alguns nomes que se destacavam no futebol amador. "São vários. Das antigas o Waldomiro Assmann, Erni Pumpmacher, Valdino Brutscher… depois o Oli Schulz, Valdir Scheibler (o furacão das colônias), Jairzinho, Alex Keller, Adair Niedermayer e muitos outros", conta. 

    Para Roque, o futebol, acima de tudo, foi um lugar para fazer amizades. "O futebol trouxe muitas coisas boas para minha vida e a principal delas foram os muitos amigos que fiz, nos mais diversos locais que passei. Atletas, dirigentes, torcedores… são muitos amigos e muitas lembranças boas", finaliza. 

    Despedida marcada

    No dia 9 de março, no Estádio Serraria, em Monte Alverne, a partir das 14h, ocorre o jogo entre Gaúcho x Saraiva. Ambas equipes formadas pelos atletas da época em que Roque Bohnen foi campeão com elas.

    Na sequência, haverá uma partida de um time de atletas escolhidos por Roque contra os veteranos do São José. À noite haverá confraternização, janta e homenagens.