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“Ainda vamos ter sequelas por um bom período”, avalia prefeito de Vale Verde sobre o pós-enchente

Publicado em: 22 de julho de 2024 às 14:55
  • Por
    Mônica da Cruz
  • Além das casas, instalações da prefeitura também foram afetadas, | Foto: Claudio Froemming/Prefeitura de Vale Verde
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    Município projeta recuperação de estradas e residências impactadas pelo evento climático de maio deste ano

    Mais de 60 dias após o evento climático que assolou diversas cidades do Rio Grande do Sul, a Administração de Vale Verde ainda contabiliza os impactos econômicos e busca maneira de acelerar as ações de reconstrução. A projeção da Prefeitura é de uma perda de mais de R$ 1 milhão de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o que implica diretamente na realização de atividades e obras.

    De acordo com o prefeito, Carlos Gustavo Schuch, a arrecadação está comprometida, mas as demandas seguem surgindo. “E não temos como cortar despesas, não tenho como chegar no produtor e falar, por exemplo, que não vou conseguir realizar o reparo no acesso à sua propriedade.”

    Foto: Claudio Froemming/Prefeitura de Vale Verde

    Diante deste cenário, o chefe do Executivo participou, recentemente, de duas mobilizações. Uma em Brasília e outra organizada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), ambas com objetivo de debater as perdas na arrecadação dos municípios gaúcho. “Ainda não tivemos nenhuma sinalização positiva do Governo Federal, mas seguimos confiantes. Estamos na ponta e estamos sendo cobrados por isso pela população”, salienta.

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    Schuch explica que o município registrou diversos estragos após a enchente de maio. Entre eles, os impactos na região ribeirinha do Rio Jacuí, que conta com o Balneário Monte Alegre, a Praia de Cima e a Lagoa Dourada. Somente no Balneário Monte Alegre 19 casas foram completamente levadas pela água. Destas, seis eram de moradores fixos. “A população está acostumada com as enchentes e normalmente ergue os móveis para o segundo piso. Mas nesta o rio subiu 2 metros em uma noite e quando as pessoas se deram conta a água já estava na altura do telhado”, detalha.

    Outro problema está relacionado as estradas do interior, especialmente em função da grande quantidade de chuva. “Além da questão das estradas há os deslizamentos de terra que comprometeram a estrutura de algumas residências. Eu achei que não ia viver e ver isso. Tínhamos no plano de governo investimento na recuperação de estradas, mas não estamos conseguindo realizar.”

    Ainda segundo o prefeito, o maior prejuízo não foi mensurado, uma vez que está na agricultura e os impactos serão sentidos, de fato, nas próximas safras. Ele relata que 89% da arrecadação do ICMS no município vem da agricultura. No entanto, boa parte dos produtores perderam totalmente suas produções, como no caso de soja e arroz. Há também aqueles que agora enfrentam dificuldades para conseguir alimentação para os animais e precisam desembolsar valores. “Ainda vamos ter sequelas por um bom período até conseguimos nos recuperar”, avalia.

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    Com relação aos auxílios anunciados pelo Governo Federal, Schuch reforça que muitos ficaram apenas nas promessas. Segundo ele, a União liberou recursos “engessados”, ou seja, que só poderiam ser aplicados em determinadas ações, o que nem sempre estava sendo realizado pelo município naquele momento. Além disso, ele reforça a importância de debater ações e investimentos para auxiliar o comércio e as indústrias para que haja uma retomada completa das atividades.