Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Teste da Língua, a odontopediatra Raquel Barbieri conversa conosco sobre os cuidados bucais na primeira infância
Durante a semana celebramos o Dia Mundial do Teste da Língua, então pergunto: quando devemos começar os exames bucais de uma criança?
Antigamente se chegava muito tarde aos dentistas, quando já existiam problemas, mas hoje esta realidade está mudando e quanto mais cedo, melhor. O ideal é que a criança faça uma avaliação antes do primeiro ano de vida. Costumo orientar aquela mãe que traz o bebê já no primeiro mês de vida, que temos a probabilidade de evitar muito precocemente os problemas. Este teste da língua deveria ser feito no primeiro mês de vida, e até na maternidade, assim como o teste dos olhinhos e dos ouvidos.
Para leigos entenderem, o teste da língua é aquele para verificar se há língua presa?
Exato. Aquela criança que nasce com o freio curto, prendendo a língua e impedindo que ela levante e faça os movimentos tanto para realizar o aleitamento quanto para, futuramente, a fala, pode ter prejuízos porque a língua está ligada ao desenvolvimento da boca, ao crescimento das arcadas e desenvolvimento craniofacial. Quando existe o problema e a frenectomia não for realizada, a criança pode ter dificuldade para sugar o leite na amamentação, não consegue fazer a pega.
O aleitamento materno é importante para a formação ideal de todo o contexto bucal?
Exatamente. Muito se fala no leite e nos benefícios que ele traz, mas pouco se fala que o aleitamento, nós consideramos assim, é o primeiro aparelho ortodôntico do ser humano. É o aparelho ortodôntico natural, porque o bebê desenvolve o avanço de mandíbula, o posicionamento da língua e estimula o crescimento das arcadas. Se o aleitamento não acontece, a gente já tem um prejuízo na formação das arcadas desde o nascimento, assim como das fossas nasais e da respiração correta.