Hoje trataremos do tema do fracasso. Vocês vão se reconhecer por um motivo: vocês são brasileiros, e eu também. No Brasil existe o fenômeno do culto ao fracasso.
Hoje trataremos do tema do fracasso. Vocês vão se reconhecer por um motivo: vocês são brasileiros, e eu também. No Brasil existe o fenômeno do culto ao fracasso. Claro que tal culto não é declarado – ninguém vai querer ser fracassado, ninguém diz que é bom ser fracassado, mas existe certo posicionamento mental, certo modo de ver a vida, certo jeito de se instalar na realidade que faz com que a maior parte das pessoas aqui seja fracassada. E qual o vício mental que faz com que as pessoas aqui tenham uma maior tendência ao fracasso? É justamente uma coisa que parece prudência, parece bom-senso, soa como precaução, que é justamente levantar os problemas.
Aqui no Brasil – não só no Brasil, mas sobretudo aqui –, as pessoas têm uma mania de apontar primeiro os problemas. Quando você vai falar qualquer coisa, como, por exemplo, “vou cursar medicina”, sempre vem alguém ponderado que levanta um problema: “Mas é muito difícil passar, e você não vai ter dinheiro para pagar a faculdade particular”. Ou então: “Vou botar meu filho no colégio, porque tenho de voltar a trabalhar”, e o outro responde: “Mas seu filho é muito novinho, coitado”. Ou ocorre o contrário: “Vou tirar meu filho da creche, porque lá ele tá sempre doente”, e aí a pessoa comenta: “Ah…, mas como vai ficar sua carreira profissional, como vai ficar sua perspectiva? Você estudou tanto para poder se formar e vai deixar tudo pra cuidar de filho?”.
O Brasil é um fenômeno. Nunca teve Prêmio Nobel, por vários motivos, e um deles é esse. As pessoas gostam da pose, querem parecer muito prudentes, pessoas que levantam todos os problemas antes de encontrar suas potências verdadeiras, antes de chegar lá e fazer o que precisa ser feito. No fim das contas, isso esconde preguiça, esconde mesquinharia mental. As pessoas que levantam muitos problemas antes de ir ao combate, antes de ir à porrada na verdade são mesquinhas, estão se escondendo nos seus medos, nos seus traumas e não querem ir para a vida, não querem vencer.
As pessoas aqui querem levantar problemas, como se levantar problema fosse a grande virtude. Se você quer empreender, não faça um plano de negócio, porque brasileiro não sabe fazer. Por quê? Quando elabora um plano de negócio, o brasileiro tem o cacoete de considerar todos os problemas, todas as ameaças, todas as suas fraquezas, e acaba paralisando. Ele vai pensar: “Não dá para fazer, é difícil empreender no Brasil; é melhor fazer concurso público do que arriscar pra ter o meu negócio”. Nada contra concurso público, que fique claro.
Uma coisa que estamos fazendo aqui é tirar o maldito medo de dar certo na vida. Não tem problema você ganhar dinheiro, ser bonito, ser forte, ser bem-sucedido. No dia em que você ficar mais bonito, mais forte, mais inteligente, mais religioso, você vai ficar bem. Não acontece nada, não tem problema nenhum. Porém, quando o sujeito faz uma aposta nas dificuldades, quando começa a botar todas as dificuldades por “prudência”, ele tem um medo danado, e o que ele faz? Dá 20 mil passos para trás e vai apostar na segurança. A segurança nunca é a resposta.
Sempre que você puder escolher entre segurança e força, escolha a força, pois a força sempre vence a estabilidade, sempre vence a noção de segurança.
Pare com a ideia de fracasso, pare com a ideia de medos tolos, pare com essa ideia maldita que o paralisa tanto na vida. Podemos fazer mais, desde que estejamos atentos ao centro mesmo da nossa própria voz. Se o seu coração pede mais, comece a arriscar!
Autor: Dr Ítalo Marsili