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“Vamos terminar com a intolerância religiosa dentro dessa cidade”, diz presidente do Conselho do Povo de Terreiro de Santa Cruz

Publicado em: 22 de fevereiro de 2025 às 14:29
  • Por
    Emily Lara
  • Foto: Grupo Arauto
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    Em entrevista, representantes afirmaram que o município ainda está longe de uma verdadeira mudança

    Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, o presidente do Conselho Municipal do Povo de Terreiro de Santa Cruz do Sul, Leandro Liban, e o secretário, Moa Fanfa, destacaram que a cidade “está regredindo” no enfrentamento da intolerância religiosa. Segundo eles, apesar das ações de combate ao racismo religioso, Santa Cruz ainda está longe de uma verdadeira mudança.

     “Ainda Santa Cruz patina, gatinha, sobre a questão racismo religioso. O conselho está aqui de pé, e a gente vai botar, sim, o pé na porta, porque a gente vai terminar com esse caso de intolerância religiosa dentro dessa cidade”, disse o presidente Liban.

    De acordo com os representantes, em muitos momentos o preconceito se manifesta de maneira verbal, porém a violência física contra membros de terreiros já está se tornando uma preocupação real. Segundo Moa, um caso evoluiu para ataque físico na última semana. “Nós temos que ter cuidado, pois se essas coisas não forem bem resolvidas, elas vão seguir crescendo”, alertou.

    Moa ressaltou ainda que Santa Cruz do Sul, embora seja uma cidade acolhedora, enfrenta o problema da falta de conhecimento sobre as religiões de matriz africana, o que alimenta o preconceito. “De dia eles atacam a religião de matriz africana e de noite estão pedindo a benção dentro dos nossos terreiros. Santa Cruz é uma terra preconceituosa pelo fato do não conhecimento sobre a nossa religião, sobre a matriz africana, e também de não querer aprender esse conhecimento”, afirmou.

    Em relação às ações, o conselho se reuniu com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores para articular uma reunião com as forças de segurança, e também com o Ministério Público. O objetivo é iniciar diálogos construtivos com essas instituições. “Nós temos que conversar forte. Nós temos uma postura de boa convivência com a comunidade, vamos adotar essa boa convivência com o judiciário, com agentes públicos, mas nós vamos mexer nesse assunto sim. Nós temos que sacudir, pois tem coisas que estão ficando complicadas”, concluiu Moa.

    Ouça a entrevista completa:

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