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Especialista explica riscos ambientais por conta da “chuva preta”

Publicado em: 21 de setembro de 2024 às 13:03
  • Por
    Emily Lara
  • Colaboração
    Bianca Mallmann
  • Foto: GRUPO ARAUTO
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    O fenômeno foi registrado na região nas últimas semanas

    Moradores de diversas cidades do Rio Grande do Sul,inclusive do Vale do Rio Pardo, registraram nos últimos dias a chamada “chuva preta”. O fenômeno, causado por conta da fuligem da fumaça das queimadas no Brasil, acontece quando as partículas de fumaça e poluentes são levadas para a atmosfera e, ao se misturarem com as gotas de chuva, geram uma coloração escura.

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    A água nesta condição pode poluir as águas superficiais e a vegetação, e é imprópria para consumo humano, devido à presença de contaminantes nocivos à saúde. Em entrevista ao Grupo Arauto, o biólogo Patrik Wiesel alerta para os impactos ambientais do fenômeno.

    “Para a agricultura é prejudicial, porque a planta para crescer, para produzir grão, ela precisa fazer fotossíntese. E essa fuligem que está depositada no ar, que a gente enxerga, você imagina o quanto não se deposita na superfície de uma folha. Então, na folha tem os estômatos que são responsáveis por fazer a fotossíntese, evapotranspiração, e realmente fazer a planta crescer e produzir”, explicou.

    Além disso, Wiesel destaca que a biodiversidade do solo também é afetada. “Essa fuligem se junta com as partículas de água e torna a chuva muito mais ácida. Essa acidez compromete o pH do solo, a biodiversidade do solo, então micro-organismos que estão acostumados a um ambiente recebe uma carga muito mais ácida e pode acabar matando, prejudicando, e que pode às vezes demorar anos para recuperar uma biota do solo novamente depois de um evento desses”, revelou.

    De acordo com a Sala de Situação do Governo do Estado, a piora na qualidade do ar ocasionada pelas queimadas foi agravada durante a semana passada por conta da presença de vento norte na Região Metropolitana, pela massa de ar quente, seco e estável, somadas à ausência de chuvas, dificultando a dispersão dos poluentes. O cenário mudou com a chegada de uma frente fria, que trouxe chuvas que ajudaram a limpar a atmosfera, embora como consequência ocorreu a chamada “chuva preta”, ocasionada pelos poluentes suspensos na atmosfera. A frente fria também trouxe ventos do sul, que irão empurrar a fumaça para fora do Estado, melhorando a qualidade do ar.