Polícia

Júri de atentado motivado por vingança em Santa Cruz termina com absolvição e desclassificação

Publicado em: 21 de março de 2024 às 17:42 Atualizado em: 10 de abril de 2024 às 17:32
  • Por
    Eduardo Elias Wachholtz
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Eduardo Wachholtz/Portal Arauto
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    Irmão das vítimas matou o pai de um dos acusados meses antes

    O Fórum de Santa Cruz do Sul recebeu, na tarde desta quinta-feira (21), o júri para analisar as responsabilidades de um crime motivado por vingança. Após debates envolvendo o Ministério Público e os representantes dos réus e análises das provas apresentadas, o conselho de sentença, composto por cinco homens e duas mulheres, tomou a decisão de absolver um dos acusados e desclassificar a acusação do outro.

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    Os réus envolvidos no caso são Alexsander Rafael Vogt dos Santos, de 27 anos, e Wagner Daniel Ramos da Cruz, de 25. Eles estavam sendo julgados pelo atentado ocorrido na noite do dia 23 de fevereiro de 2019, quando os irmãos José Valmir Paz, de 52 anos, e Jovino Rodrigues Paz, de 58, foram alvejados por tiros enquanto estavam na varanda de sua residência no Bairro Santa Vitória, em Santa Cruz do Sul.

    Segundo as acusações do Ministério Público, o crime foi motivado por um desejo de vingança relacionado ao assassinato do pai de Alexsander, ocorrido em 2017. Adolar Valentim dos Santos foi morto por Carlos Fernando Rodrigues Paz, irmão das vítimas. O homicídio ocorreu quando Carlos ofereceu dois celulares a Adolar, um dos quais foi identificado como pertencente à irmã dele, que havia sido subtraído. Ao tentar recuperar o dispositivo, Carlos disparou contra Adolar.

    Carlos, o responsável pelo homicídio, foi condenado por homicídio simples e inicialmente sentenciado a sete anos de reclusão. No entanto, pouco tempo depois, progrediu de regime e passou a cumprir pena utilizando uma tornozeleira eletrônica. Se sentindo injustiçado, Alexsander então planejou vingar a morte do pai. “Ele admitiu, na investigação, que queria se vingar e matar o Carlos”, disse o promotor Flávio Lima Eduardo Passos.

    Durante o julgamento, o representante do Ministério Público ainda apresentou detalhes sobre o planejamento do crime, envolvendo Wagner, que se ofereceu para acompanhar o amigo Alexsander. No entanto, ao chegarem à residência das vítimas, Alexsander efetuou os disparos e, acreditando que Carlos estava na frente da residência, atingiu Jovino e José por engano. Ao observar o erro, ainda de acordo com o promotor, optou por desistir. “Após os tiros, ele [Alexsander] foi olhar se tinha acertado e percebeu que não era o alvo, mas o irmão”, explicou. 

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    Após analisar os detalhes expostos durante o julgamento, o conselho de sentença optou por absolver Wagner, levando em conta que, embora estivesse presente na cena do crime, não cometeu qualquer ação criminosa. A acusação de tentativa de homicídio contra Alexsander foi desclassificada pelo instituto da desistência voluntária, quando o agente interrompe a execução do crime em um momento que ainda tinha a possibilidade de agir.