Desfecho

Condenados réus que arrombaram compartimento secreto de fumageira em Vera Cruz

Publicado em: 21 de fevereiro de 2025 às 14:00
  • Por
    Cristiano Silva
  • Prisão aconteceu em 5 de julho de 2024 | Foto: Cristiano Silva
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    Dupla havia furtado em espécie R$ 100 mil, 20 mil dólares e 300 mil pesos no Dia das Mães de 2024

    Foi finalizado no Poder Judiciário o caso de furto de grandes proporções registrado em uma empresa fumageira de Vera Cruz, no feriado do Dia das Mães do ano passado, em 12 de maio de 2024.

    Dois jovens, de 23 e 24 anos, foram condenados por furto qualificado a penas de dois anos e quatro meses, em regime aberto, além da prestação de serviços comunitários. A sentença é assinada pela juíza Fernanda Rezende Spenner, da Vara Judicial de Vera Cruz.

    O inquérito policial foi finalizado pela delegada Lisandra de Castro de Carvalho e a denúncia foi registrada pela promotora Maria Fernanda Cassol Moreira. A dupla condenada teria arrombado a fumageira pelo telhado e acessado um compartimento secreto na sala de um sócio-proprietário.

    No local, furtaram em espécie R$ 100 mil, 20 mil dólares (o equivalia na época a R$ 110 mil) e 300 mil pesos (que correspondiam a R$ 1,8 mil). Os dois rapazes foram capturados em uma residência na localidade de Linha Capão, interior de Vera Cruz, por volta das 6h20min de 5 de julho de 2024.

    Os mandados de prisão preventiva, solicitados pela delegada Lisandra, foram autorizados na época pelo juiz substituto Guilherme Roberto Jasper. A denúncia do Ministério Público foi recebida pela Justiça em 17 de julho de 2024. Desde lá, corria o processo.

    A investigação

    Conforme as investigações da Polícia Civil, os dois condenados eram pintores que trabalhavam como empregados de um empresário, este que prestava serviços terceirizados para a empresa de engenharia contratada pela fumageira para realizar uma reforma no local.

    Foi durante esta pintura, uma semana antes do furto, que os dois descobriram o compartimento secreto onde eram guardados os valores em espécie. Iniciaria ali um planejamento meticuloso para executar o crime.

    Na madrugada de 12 de maio de 2024, a dupla foi em uma motocicleta até a localidade de Linha Andréas, onde deixou o veículo no local. Com uma escada pequena em mãos, eles percorreram cerca de um quilômetro a pé por uma área de mata até a fumageira, para não serem flagrados por câmeras.

    Utilizando a escada, eles subiram no prédio. O rapaz mais velho, que tem experiência em trabalhos no telhado, desparafusou uma telha de aluzinco, criando um acesso por onde eles desceram. A partir disso, a dupla foi caminhando por uma laje e atravessou todo o prédio.

    Foi quando desceram por um alçapão que havia no banheiro da sala do sócio-proprietário da empresa, onde não havia alarme, para depois acessarem o compartimento secreto que havia em uma parede, e ficava escondido por um detalhe em madeira. Depois de furtar todo o valor, a dupla fugiu.

    A importância da perícia

    Neste caso, entre outras apurações, a delegada Lisandra de Castro de Carvalho fugiu à regra. Optou por acionar o Instituto-Geral de Perícias (IGP) para realizar uma análise na cena do crime, ação que não é tomada pela maioria dos chefes de investigação nos delitos de furto.

    Foi então feita a chamada perícia papiloscópica, com a apuração de digitais e coleta de material genético no local. E deu resultado. Um dos itens analisados confirmou ser de um dos investigados.

    Isso, aliado a outras provas, resultou na comprovação do delito e posterior condenação dos dois acusados. Eles tiveram seus nomes mantidos em absoluto sigilo pelas autoridades policiais.

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