Elton Breunig administra o estabelecimento há mais de três décadas em Santa Cruz
Simplicidade, amizades e muito trabalho são valores que o santa-cruzense Elton Breunig traz na bagagem ao longo dos 62 anos de vida. Natural de Linha Andrade Neves, o empresário permaneceu no interior até os 19 anos, quando decidiu vir para a cidade procurar emprego e, por aqui, construir uma nova história. E foi justamente enquanto tomava um café após uma entrevista, que surgiu a primeira oportunidade: no bar do Lauro Sulzbacher. Lá, Breunig aprendeu tudo o que sabe, fez muitos amigos, ficou conhecido por Muçum e, então, se tornou dono de um dos estabelecimento mais tradicionais de Santa Cruz: o Bar Benfica.
De 1979 até 1986, Muçum trabalhou no Bar Sulzbacher. As funções eram diversas e executadas com muito gosto: abrir o estabelecimento, lavar o chão, vender lanches, atender quem vinha para tomar um aperitivo, jogar carta ou apenas, para conversar. "Para mim foi uma aula, porque com esse emprego consegui começar a minha vida e tudo o que eu sei fazer até hoje devo ao Lauro", analisa. Mas a virada de chave para Breunig abrir o próprio negócio foi no ano de 86, quando ele, juntamente com outros 11 amigos, levaram um bolão da quina após uma aposta na loteria. "Peguei a minha parte, na época R$126 mil e comprei um ponto onde já existia um estabelecimento, aí pagava aluguel. Vendia lanches e cerveja, das 7h30min até 2h 3h da madrugada", conta.
Contudo, algo com uma história maior esperava o empresário. Após receber uma proposta do então proprietário do Bar Benfica, Arno Arend, Muçum fez os cálculos, vendeu o estoque do antigo bar para juntar dinheiro e dar a primeira entrada das 72 parcelas que negociou para ter estabelecimento. Assim, em 1999, o Benfica que antes era apenas um time de futebol, se tranformou em um ponto querido por todos, com um público fiel e conquistado pelo atendimento simples e acolhedor.
Hoje, após mais de três décadas comandando o bar – ao lado da esposa com quem é casado ha 33 anos – Muçum segue apaixonado pelo que faz e não se imagina em outro lugar a não ser no estabelecimento da Rua Coronel Oscar Rafael Jost, nº 949 – onde também reside, nos fundos. "Já cogitei em vender o bar, mas ai penso: o que eu vou fazer de manhã até de noite?", se questiona pois, mesmo trabalhando 18 horas por dia, é atrás do balcão, servindo almoços, lanches, bebidas, sediando festas ou jogos de carta, que ele se realiza. "Aprendo sempre, todos os dias", considera