Beijando a Garrafa é a nova música do grupo formado em 1994
16 de setembro de 1994. A data pode parecer aleatória, mas faz parte da história e está na memória dos integrantes de um dos grupos musicais mais tradicionais do Vale do Rio Pardo. Há mais de 28 anos, a Banda Scala fazia a primeira apresentação em Vera Cruz. Quase três décadas depois, mais estruturada e com uma nova composição, a turma segue levando alegria para festas comunitárias e eventos particulares.
A Banda Scala é um dos destaques do Espaço Arauto nesta sexta-feira (21) e, poucas horas antes de subirem no palco, Lothar Tews Junior e Alirson Gelson Drescher foram convidados para recordarem a trajetória e os pontos mais marcantes, já que a ligação com a Oktoberfest é antiga. Para Lothar, o grupo já teve o prazer de viver muitos momentos especiais na Festa da Alegria. “Recordo com carinho a época que as pessoas não tinham Netflix ou acesso às redes sociais. Se queria se divertir ou reencontrar amigos, o pessoal teria que ir para a Oktober”, pontuou.
Lothar, que carrega na memória momentos marcantes do evento germânico mais tradicional do Rio Grande do Sul, relata a adrenalina de tocar para grande públicos: “o contexto todo era muito legal. A gente gravou vários CDs também. Eu gostava muito porque eu podia aflorar esse meu outro lado, com sotaque alemão, mais cômico. Então, foram muitas músicas. Foi uma época muito legal e a gente curtiu participar”.
Dois anos depois da banda ser fundada por Neuri Putzge e Jair Luís Gassen, Lothar e Alirson iniciaram a caminhada. Ao longo da história, foram diferentes mudanças no grupo de integrantes e personagens que contribuíram para o desenvolvimento da banda e para colocar o nome Scala em evidência no cenário regional, desde o lançamento do primeiro CD, em 1998. Outras músicas foram gravadas em 1999, 2001 e 2003.
O divisor de águas para banda foi a apresentação do CD feito em 2005, com Telefone Mudo e 24 Horas de Amor. “A 24 Horas de Amor foi regravada pelo Os Atuais dois anos depois. Depois, teve mais uma regravação, que foi com a Banda Munich, do Zé Gotinha, que fez ela instrumental”, relembrou.
Na década de 90, o bolero – ritmo cubano que mescla raízes espanholas com influências locais de vários países – estava em alta e a banda precisou atender aos pedidos. Os shows eram frequentes na Grande Porto Alegre. Salões de festa espalhados por Novo Hamburgo, Porto Alegre, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e municípios vizinhos se transformar uma extensão da casa.
Verdadeiros camaleões no palco, desde o início da trajetória, os integrantes se adaptam para agradar diferentes públicos e estilo. Para Lothar, a receita para uma banda permanecer por quase três décadas nos palcos é muito trabalho e vários repertórios. “A gente ensaiava muito naquela época, para conseguir trabalhar em várias em várias áreas e diversificamos a nossa atuação”, disse.
Composição atual
Seis músicos integram a Banda Scala hoje. Fazem parte do conjunto Alirson Drescher, nos teclados, Lothar Junior, como vocalista, Laerson Wachholtz e Flávio dos Santos, nos trompetes, Dalvan Barros, no contrabaixo, Jâneo Gilnei Drescher, na bateria, e Samuel Nyland, na guitarra, que ingressou recentemente, mas sofreu um acidente e está em recuperação. Ele deve voltar em breve para os palcos
Novidade nas apresentações
A nova música é uma história verdadeira. No início deste ano, Lothar encaminhou várias composições para o grupo, mas o problema era escolher uma. Por fim, a selecionada foi Beijando a Garrafa. “Na época do Salão Goerck, um amigo meu chegou lá e fazia tempo que não ia nos bailes. Ele disse que estava casado cara, mas me separou, que só festa e beijar a garrafa”, explicou.