Geral e Covid 19

“Caso o comércio feche, número de pessoas no centro será praticamente o mesmo”, diz presidente da CDL

Publicado em: 20 de julho de 2020 às 09:26 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 13:15
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Arquivo/Agência Brasil
    compartilhe essa matéria

    CDL e Acisa projetam novas demissões e até fechamento de empresas caso estabelecimentos voltem a fechar

    Na expectativa pelo resultado do Governo do Estado, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul e a Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária (Acisa) de Vera Cruz torcem pelo retorno à bandeira laranja, mas também projetam as consequências de um possível novo fechamento do comércio. Nesta segunda-feira (20), o governador Eduardo Leite se pronuncia sobre os pedidos de recursos efetuados pelos municípios após o modelo de Distanciamento Controlado impor, preliminarmente, a bandeira vermelha para o Vale do Rio Pardo. Caso os pedidos não sejam aceitos, o comércio na região, novamente, precisará fechar as portas.

    Entretanto, conforme o presidente da CDL, Márcio Martins, caso o comércio feche, o número de pessoas no centro será praticamente o mesmo. "Infelizmente as pessoas associam as aglomerações no centro ao comércio, o que não é verdade. O comércio cumpre todas as regras emitidas nos protocolos e decretos, e os que não cumprem são punidos e devem ser denunciados. Mesmo com o comércio fechado, as pessoas irão continuar indo em bancos, supermercados e o pior, reunindo-se para tomar chimarrão nas praças. Todos entendemos que a situação é critica e pedimos a conscientização de toda a população. Precisamos nos ajudar, mas não é fechando o comércio que a pandemia vai sumir", destaca. 

    Além disso, segundo ele, um novo fechamento prejudicaria novamente a vida financeira das empresas que ainda nem se recuperaram. "Começamos em março, esperando não precisar fechar no futuro. Se vier a acontecer, alguns não terão fôlego. A maioria das empresas permaneceram com o quadro reduzido de funcionários após o primeiro fechamento e novas demissões podem sim acontecer", diz. O que manteve muitos colaboradores, conforme Martins, foi o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A iniciativa, do Governo Federal, possibilita recursos para despesas operacionais, como pagamento de salário dos funcionários. "Se a bandeira ficar vermelha, muitos vão pedir a prorrogação do programa", destaca.

    Esta também é a visão de Ubirajara de Almeida, presidente da Acisa em Vera Cruz. O município, em um primeiro momento, poderá manter regras de bandeira laranja por não ter tido morte e internações por coronavírus. "Muitas empresas do município aderiram ao projeto e isso deu um fôlego. Porém, houveram demissões. Com um novo fechamento, não acredito apenas em novas demissões, mas também no encerramento das atividades de muitos estabelecimentos já saturados. Afinal, mesmo com a adaptação e cursos de vendas por redes sociais, muitas empresas ficam limitadas ao público tradicional, que não gosta de comprar pela internet, e pelos que gostam, mas preferem o fazer em sites fora do comércio local", ressalta.

    Por isso, a associação torce pelo prosseguimento das atividades e na recuperação das empresas já abaladas com o primeiro fechamento. "Não acho justo que o primeiro penalizado seja o comércio. Há casos de aglomeração em outros pontos e todos eles são atos de responsabilidades individuais. Infelizmente, muitos agem como se não estivesse acontecendo nada", lamenta. 

    Leia mais:

    Pela segunda vez, região começa semana tentando reverter bandeira vermelha