Vereadores usaram tribuna para afirmar que não cometeram irregularidades e denunciam jogo político
Rostos diferentes lotaram o Plenário da Câmara de Vereadores na noite de ontem. Se nas últimas sessões, o povo que marcava presença já era conhecido, nesta segunda novas caras acompanharam as falas, principalmente de defesa dos investigados da Operação Fura-Fila. Logo na entrada do prédio do Legislativo já era possível perceber que aliados dos três parlamentares que estavam retornando às atividades na Casa ocupavam as cadeiras.
Mas tem quem prometeu e não deixa de acompanhar os acalorados debates de segunda à noite. Uma faixa adversa aos políticos supostamente envolvidos no esquema foi segurada por toda a sessão por Maria Machado e Simone Moraes. Nela dizia que “Fura-fila é crime, não é injustiça – fora”. Embora a faixa gritasse aos olhos dos 11 legisladores, apenas Eduardo Viana comentou sobre ela. Disse que “olhando este cartaz tenho a certeza e a convicção de quem é responsável pelas denúncias no Município de Vera Cruz, denúncias essas, na minha maneira de pensar, infundadas”, comentou o presidente durante o uso da Tribuna.
Viana não foi o primeiro a se defender perante a comunidade. Mártin Nyland e Marcelo Carvalho também falaram. Com discursos escritos, eles foram aplaudidos pela maioria dos espectadores. Nyland frisou que tem documentado os serviços que eram realizados por sua Secretaria. Carvalho, que teve a fala mais apimentada, trouxe exemplos de quando era conselheiro tutelar e alfinetou alguns vera-cruzenses. Fez também comparações de salários recebidos por ex-assessores da Câmara que hoje reivindicam enxugamento e solicitou mais presença por parte da comunidade nas discussões legislativas.
Viana defende continuidade dos trabalhos
Depois de mais de dois meses longe de um dos lugares que passou a ser sua segunda casa, o vereador Eduardo Viana retorna à presidência do Legislativo local. De consciência tranquila, diz ele, dará continuidade ao trabalhado desenvolvido há anos em prol da comunidade. “Volto com a mesma sistemática, fazendo o que é correto, agindo dentro da legalidade”, afirma. “Vou exercer o cargo para o qual fui eleito [presidente da Câmara] e por isso poderão haver decisões que eu terei que tomar que não agradem a todos. Mas estou muito tranquilo. Farei o trabalho da melhor maneira possível”, acrescenta o parlamentar.
O TRABALHO SEGUE
Em 2017, a mesa diretora da Câmara deu início a uma série de mudanças no Regimento Interno, tudo com o objetivo de evitar divergências com a Lei Orgânica Municipal. Uniformizar o documento era e continua sendo uma das metas de Viana como presidente. O processo de análise, estudo e reforma ficou paralisado durante os 72 dias de afastamento de Viana. A ideia, segundo ele, é que se retome a discussão assim que possível. “É um processo longo, demorado, mas necessário”, justifica, tendo em vista a intenção de evitar dúvidas no andamento dos trabalhos da Casa. Depois de alterados os dispositivos, uma votação em plenário deve ser realizada para aprovação ou não das mudanças.
Ilse Riss: “nunca fiz nada de errado”
Sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018: Câmara volta a ter diretor geral. Ilse Miguelina Borges Riss, afastada desde a Operação Fura-Fila, retorna ao cargo. Para ela, a volta está atrelada a seu comprometimento e seriedade nas funções desempenhadas no último ano. “Sempre fui transparente. Trabalhei pelo bem. Nunca fiz nada de errado. Minha consciência está tranquila”, diz a vera-cruzense. Sentada novamente na sala da diretoria, ela ainda externa sua discordância às investigações do Ministério Público. “Acho que meu nome só foi envolvido porque sou a diretora geral”, crê. “Foi uma surpresa para mim, assim como para os outros”, acrescenta ela, ao falar da operação que aferventou a Capital das Gincanas no último mês de 2017. Ilse é a única servidora afastada da Câmara de Vera Cruz a já retornar ao Legislativo. Dos demais, somente um deve ser recontratado.
Dois servidores afastados retornam à Câmara
O ano começou há mais de 50 dias, mas foi na quinta-feira, dia 15 de fevereiro, que três vereadores puderam voltar às suas atividades no Legislativo. Eduardo Viana, Marcelo Carvalho e Mártin Nyland, todos do PTB, haviam sido afastados por determinação judicial em 5 de dezembro do ano passado, por suposto envolvimento em esquema de beneficiamento de munícipes. As investigações ainda não foram concluídas, mas avançam. Uma liminar, concedida pelo juiz da Comarca local, permitiu o retorno dos políticos na semana passada. Ontem à noite foi a primeira sessão que eles participaram depois da Operação, batizada de Fura-Fila (veja detalhes na página 4).
Mas além dos políticos que ficaram ausentes da Câmara, o Ministério Público afastou quatro servidores do Poder Legislativo: Gelson Fernandes Moura, Anselmo Eli Ferreira Júnior, Guilherme Matheus Oziemblovski e Ilse Miguelina Borges Riss. De acordo com o presidente da Casa, Eduardo Viana, os servidores Gelson e Anselmo, que ocupavam os cargos de assessor legislativo e assessor da presidência, respectivamente, não irão retornar aos trabalhos no erário público. Ambos já têm outra ocupação profissional. Já Guilherme foi convidado por Viana e pode retornar em março. No ano passado, na data do afastamento, ele era assessor de bancada. Se for recontratado, a tendência, aponta Viana, será para a mesa diretora (no lugar de Gelson Moura). O salário para quem trabalha ligado à presidência é mais alto do que para aqueles que trabalham nas bancadas. Um assessor legislativo tem como salário base R$ 4.316,51. Já os assessores de bancada recebem R$ 2.433,57. Com a recontratação de Guilherme para a mesa diretora, a bancada do PTB continua sem assessor. A sessão de ontem já não teve assistência. Até o início de março, segundo Viana, ninguém deve ser nomeado para este cargo.
E A SERVIDORA DEISE BORGES?
No período de afastamento de Eduardo Viana, quem assumiu a presidência de forma interina foi Horst Schuh. À frente do Legislativo, Schuh exonerou os quatro servidores afastados na Operação Fura-Fila – que, embora sem trabalhar, recebiam salário normalmente – e contratou uma assessora legislativa: Deise Borges, presidente do PP local (mesmo partido que o seu). Questionado sobre a possível exoneração, Viana afirma que até 1º de março nada muda. “Depois, conversaremos”, diz o petebista.
UM POSTO VAGO
Em dezembro, quatro foram afastados. Um deles foi recontratado (Ilse Riss), outro deve retornar no início de março (Guilherme Oziemblovski) e uma nova contratação foi realizada durante o afastamento (Deise Borges). Com isso, um posto de trabalho continua vago na Câmara. O preenchimento, segundo Viana, deve ser também no mês de março.
RETORNO NO EXECUTIVO
Por determinação judicial, os afastados do Poder Executivo retornaram em 15 de fevereiro. O vice-prefeito Alcindo Iser voltou a exercer o cargo. Já Mártin Nyland e Eliana Giehl, secretários municipais até 5 de dezembro de 2017, foram exonerados por Guido Hoff ainda no ano passado e não foram recontratados. No entanto, Mártin, além de vereador, é concursado como auxiliar de água e esgoto. Para esta função ele voltou. Mas entrou em férias. Adriana Mueller, concursada como auxiliar de serviços gerais, pediu licença prêmio. O Município concedeu.
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