Economia

Percentual de famílias endividadas apresenta quinta alta consecutiva

Publicado em: 19 de novembro de 2024 às 11:56
  • Fonte
    Assessoria de Imprensa
  • PESQUISA MOSTRA NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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    Apesar da alta no percentual de endividados, pesquisa mostra que indicadores de inadimplência recuaram na passagem do mês

    A edição de outubro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS), da CNC, revelou que o percentual de famílias em situação de endividamento foi de 94,2%. Esta foi a quinta alta consecutiva do indicador. As entrevistas foram realizadas em Porto Alegre, nos últimos 10 dias do mês de setembro de 2024.

    Os dados revelaram que o percentual de famílias gaúchas endividadas seguiu elevado em patamares históricos. Em termos de endividamento, 28,9% das famílias se declararam muito endividadas, percentual maior do que o registrado na edição de maio de 2024 (27,4%), que antecedeu a crise, mas muito semelhante ao de outubro de 2023 (28,8%).

    Após as enchentes, houve uma queda no percentual de famílias que afirmaram estar pouco endividadas ou sem os tipos de dívida considerados na pesquisa. A parcela da renda comprometida por dívidas foi, em média, de 27,7%, um valor praticamente estável na comparação mensal e levemente superior ao de outubro de 2023. Desde as enchentes, a média da renda comprometida aumentou 1,2 pontos percentuais em relação à média verificada nos cinco primeiros meses de 2024.

    O percentual de famílias com contas em atraso foi de 38,1%, registrando a segunda queda consecutiva na comparação marginal e também ficando abaixo do registrado em outubro de 2023 (42,0%). A redução marginal do percentual de famílias em situação de inadimplência ocorreu devido à diminuição de contas em atraso na faixa de renda superior a 10 salários mínimos. Na faixa de renda inferior a 10 salários mínimos, o percentual passou de 43,4% em setembro de 2024 para 43,6% em outubro de 2024, mas ficou abaixo dos 47,8% registrados em outubro de 2023. O tempo médio de pagamento em atraso foi de 30,2 dias, o menor valor desde o início da série histórica, em janeiro de 2010.

    O percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte das dívidas nos próximos 30 dias foi de 3,4%, inferior ao de setembro de 2024 (3,7%), mas ainda superior ao de outubro de 2023 (2,6%). A queda do indicador na margem foi acompanhada de um aumento no percentual de famílias que afirmam ter condições de quitar a totalidade das contas em aberto no próximo mês, um sinal positivo na análise da inadimplência.

    A PEIC traz sinais mistos. Apesar do contínuo aumento do percentual de famílias endividadas, os indicadores de inadimplência apresentaram melhora. As necessidades de consumo geradas pelas enchentes ajudam a explicar, em parte, o aumento do endividamento das famílias. Por outro lado, o mercado de trabalho aquecido ajuda a justificar a melhora na inadimplência. Todavia, a alta dos juros pode influenciar a tendência futura da inadimplência”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.