Neuropediatra explica, ainda, quais são as causas do autismo e a importância de que o diagnóstico seja feito o quanto antes
O Arauto Saúde desta semana fala sobre o autismo, que no mundo atinge 70 milhões de pessoas. O neuropediatra Cristiano Freire explica que o termo correto é Transtorno do Espectro Autista (TEA) e trata-se de um problema do neurodesenvolvimento, a partir do qual o indivíduo apresenta falhas na comunicação e interação social. “Podemos observar adultos e crianças que têm dificuldade em se fazer entender, em perceber o que está acontecendo ao seu redor. Eles têm uma tendência a viver no seu ‘próprio mundo’”, esclarece o médico.
Como fatores que causam o autismo, o profissional cita os componentes genético e ambiental. “Infelizmente prevalece o componente genético, quer dizer que há uma predisposição para que o indivíduo já nasça com o transtorno”, frisa, ao citar que esses genes podem ser influenciados por alguns acontecimentos. “Algo importante de se observar é a exposição em excesso às telas. Crianças muito jovens são expostas à televisão, ao tablet e celular muito cedo e, de certa forma, isso pode favorecer o desenvolvimento do autismo. Não que isso seja a causa do autismo, mas é um fator que pode contribuir”, salienta.
Cristiano explica, ainda, que há três níveis de classificação para o autismo: um, dois e três – baseados no grau de dependência que o autista tem das outras pessoas. “Um autista grave é aquele que não fala nada ou fala muito pouco, quase não compreende o que pedem pra ele e não tem autonomia para fazer atividades básicas, como tomar banho, vestir-se e fazer a própria higiene. No grau dois, o moderado, ele já tem uma certa autonomia e no nível um tratam-se de pessoas que na vida adulta conseguem ter maior independência, podem morar sozinhas, trabalhar, etc”, avalia.
Segundo o médico, é importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes. Ele esclarece que os sintomas começam antes dos três anos e podem ser percebidos quando a criança apresenta falha na capacidade de se comunicar e de interagir, mantém pouco contato visual, não sorri para a mãe, fica muito no mundinho dela, muito quieta, olhando para as mãozinhas ou para o teto, não dá bola para o contato visual, já deveria falar e não fala ou que parece surda, porque alguém chama e ela não atende. Quando descoberto o transtorno, Cristiano frisa a importância de compreender o indivíduo, não julgá-lo, e fazer um esforço para buscar a sua atenção, como por exemplo, no caso das crianças, brincar, imitar, interagir com faz de conta, entre outros.