Polêmicas e justificativas à parte, pelo sim, pelo não e para felicidade geral da Nação, o oficialato anuncia que não vai ter horário de verão este ano
UMA crise hídrica está tirando o sono das autoridades do setor energético do País Tropical. As queimadas ou incêndios, criminosos ou não, além da destruição da vegetação e aniquilação da fauna silvestre, também prejudicaram a reserva hídrica dos rios formadores dos lagos artificiais das barragens. Isso é fato, e não se tem previsão de quando o nível das hidroelétricas será normalizado porque as chuvas estão vindo em volumes de precipitação ainda não satisfatórios. É constante o apelo pela economia e racionalização do consumo de energia elétrica. A bateria do carro elétrico, por exemplo, necessita pelo menos de 100 mil vezes mais energia se comparada à quantidade necessária para carregar um telefone celular. Até porque, note-se os investimentos e marketing que as grandes marcas estão fazendo de seus automóveis elétricos. O que em alguns anos era uma mera curiosidade, agora está em produção, com modelos modernos, potentes e equipados com baterias cada vez mais duráveis e de maior autonomia. Condomínios estão sendo projetados já com pontos de recarga. Como suprir mais essa demanda, uma vez que a escassez de energia se tornou um problema real? É claro que tudo é um exercício de futurologia. Mas que pode acontecer. Ficaremos sem motores à combustão e sem capacidade de recarregar baterias de motores elétricos? Voltaremos às bicicletas, aos patinetes, aos skates? Por que não? É assim que autoridades nos países nórdicos se locomovem, ou usam transporte público. Cá pra nós, alguém acha mesmo que algum dia veremos alguma excelência de Brasília chegando de bicicleta e mochila nas costas aos seus palácios e mansões? Vai sonhando…
POR outra ótica, fontes de energia alternativa como os parques eólicos estão avançando o que não pode ser de todo descartado. E se a questão é colocar um freio no consumo, não faria mais sentido incentivar e facilitar o acesso à energia solar? Seria o óbvio, mas a sanha arrecadadora oficial prefere punir o consumidor com a alternância de bandeiras que elevam o custo final da conta. Eis que o horário de verão voltou ao debate diante das notícias de que o Planalto estuda adotar a prática em meio à seca prolongada que assola o país e à proximidade dos meses mais quentes do ano. A medida historicamente sempre foi polêmica e está a anos-luz de alcançar unanimidade. É comum ouvir o velho chavão “odeio horário de verão”, principalmente por parte daqueles que têm dificuldade de ajustar o relógio biológico. Os relógios são adiantados em uma hora para diminuir o consumo de energia pelo melhor aproveitamento da luz natural. Polêmicas e justificativas à parte, pelo sim, pelo não e para felicidade geral da Nação, o oficialato anuncia que não vai ter horário de verão este ano. O sistema aposta na recuperação do nível das barragens e equilíbrio entre a geração e consumo. Tudo bem, desde que não haja um choque tarifário.
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