Feed de Negócios

  • Por
    Maiquel Thessing
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    Após duas décadas de dedicação, Renato Jackisch se despede da Excelsior Alimentos

    Publicado em: 18 de agosto de 2021 às 10:31 Atualizado em: 01 de março de 2024 às 22:19
    Foto: Arquivo / Portal Arauto
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    Em meio à transição do cargo, diretor executivo de negócio relembra momentos inesquecíveis da trajetória

    Até o fim de 2021, Renato Jackisch irá se despedir da liderança da Excelsior Alimentos. O comunicado foi feito aos colaboradores no mesmo momento em que foi anunciado o nome de Luiz Carlos Motta Nunes para a nova liderança. A coluna Feed de Negócios conversou com Jackisch sobre os momentos especiais durante a trajetória na empresa. Caminhada que iniciou em 2001 e que jamais será esquecida. 

    De acordo com Jackisch, a saída da Excelsior é uma decisão pensada há muito tempo e que, caso não tivesse a pandemia, teria acontecido há um ano. "Desde janeiro, efetivamente, o Motta já está na liderança da empresa e eu estou acompanhando e pretendo encerrar as minhas atividades no fim do ano. Estamos fazendo uma transição muito tranquila, bem pensada. O Motta é um profissional altamente qualificado, que está há mais de 10 anos conosco, diretamente comigo. É uma corrida de revezamento. A continuidade será tranquila e sempre voltada para o bem da empresa, dos funcionários e da comunidade em que estamos inseridos. Estou muito feliz em ter um sucessor a altura, tão capaz, tão profissional e muito mais competente do que eu", destaca.

    A decisão do empresário vai ao encontro do ensinamento recebido por Clóvis Baumhardt, ex-proprietário da Excelsior: "A vida de uma empresa deve ser mais longa que a vida dos fundadores, e o seus administradores podem ser considerados personagens de uma história que está em contínua mudança". Por isso, Jackisch deixará o cargo certo de que fez a melhor escolha, feliz por tudo que viveu e tranquilo quanto à continuidade do sucesso da empresa. "Em 20 anos de caminhada, com toda a equipe, fizemos da Excelsior uma empresa bem atuante, que valorizou muito. A empresa que valia R$ 20 milhões, hoje pela bolsa está valendo R$ 450 milhões. Com isso, modernizamos a fábrica, compramos equipamentos e ampliamos a estrutura", comenta. 

    Essa ampliação, que deve ser finalizada no começo de dezembro, fechará com chave de ouro a trajetória de Renato Jackisch na Excelsior. "Procurei deixar claro para a equipe que eu queria me despedir da Excelsior deixando a ampliação da fábrica pronta, ou seja, praticamente uma fábrica nova. Com certeza essa é a cereja do bolo. A empresa está tecnicamente alinhada com tudo que tem de melhor no mercado. Afinal, sempre priorizamos a qualidade dos nossos produtos. Aqui tem qualidade e só se mexe se for para melhorar", diz.

    História de vida foi marcada pela dedicação

    Natural de Sinimbu, que na época era Santa Cruz do Sul, Renato Jackisch, de 68 anos, é filho de pequenos agricultores. "Me criei na roça, trabalhei na roça e sempre procurei estudar. Tanto é que eu me formei em Ciências Contábeis, em Administração de Empresas, fiz pós graduação em Administração com especialização em Finanças e me formei em Direito, com atuação empresarial tributária. Conheço um pouco de muitas coisas e ao mesmo tempo isso abre um leque, pois quanto mais a gente sabe, mais a gente vê como sabemos pouco. Por isso temos que estudar praticamente todo dia", relata.

    Durante sua trajetória profissional, trabalhou em loja de móveis, hotel, foi crediarista e vendedor. Também passou no concurso como auxiliar administrativo no Sesc, onde também assumiu como administrador. Atuou na contabilidade de importantes empresas, lecionou na área da Contabilidade e tornou-se o primeiro contador de Contabilidade Imobiliária de Santa Cruz. Como advogado, fundou um escritório de Direito Tributário ao lado de amigos, período em que também esteve na diretoria da Associação Comercial e Industrial (ACI).

    Em 2001, em meio ao trabalho na ACI e no escritório, foi convidado por Clóvis Baumhardt para entrar no Conselho de Administração da Excelsior. Mas em 2006, foi eleito como diretor da empresa e precisou abandonar as outras funções. "Em 2012 fui convidado para ser o presidente da Excelsior e continuo na direção até agora", fala. Já a partir de 2022, o futuro de Jackisch ainda é mistério. "Estamos estudando várias coisas. Eu não gostaria de adiantar, mas certamente não ficarei parado. Enquanto eu tiver possibilidade, puder trabalhar e utilizar meu conhecimento, certamente serei útil para algumas coisas", pontua. 

    Depois de tantas experiências, o empresário aconselha os mais novos: "Procure ser o melhor no que for fazer, sempre agindo com determinação e atitude".