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Doutor em desastres naturais defende trabalho conjunto para minimizar problemas na região

Publicado em: 18 de junho de 2024 às 13:33
  • Por
    Mônica da Cruz
  • Colaboração
    Eduardo Wachholtz
  • Marcos Kazmierczak foi o convidado do Tá na Hora, promovida pela Associação Comercial e Industrial | Foto: Eduardo Wachholtz/Portal Arauto
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    Marcos Kazmierczak foi o convidado do Tá na Hora, promovida pela Associação Comercial e Industrial

    O Tá na Hora, reunião-almoço promovida pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz, tratou, nesta terça-feira (18), sobre os eventos climáticos extremos registrados no Rio Grande do Sul no mês de maio.

    O convidado foi o doutor em Desastres Naturais, Marcos Kazmierczak. Em sua fala, ele defendeu um trabalho conjunto entre os poderes para minimizar problemas na região. Segundo ele, os eventos extremos serão cada vez mais recorrentes não apenas no Rio Grande do Sul e no Brasil, mas, sim, no mundo. “Para os próximos anos, neste caso vou falar para os próximos 16 anos, vamos ter um aumento de chuva no Estado”, detalha.

    “Existe uma outra variável que a gente usa, que é a precipitação de área extrema. É aquele temporal de 24 horas, que é o que aconteceu em São Luís Gonzaga nesse fim de semana. Esse volume vai aumentar também. Então, a gente vai ter mais chuva intensa. O mundo inteiro já concorda que os eventos não necessariamente sejam tão recorrentes, mas a gente está no quarto evento em nove meses, mas eles serão mais intensos. Então, não sou eu que estou dizendo isso. As minhas modelagens só comprovam que o resto do mundo já sabe”, reforça.

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    Diante deste cenário, Kazmierczak destaca a necessidade de um comprometimento por parte dos governos municipais, estaduais e federais. Para o doutor em Desastres Naturais, é imprescindível que os governantes passem a adotar ferramentas e comportamentos que possam auxiliar a minimizar os impactos destes eventos, tendo em vista que eles seguirão ocorrendo.

    “A gente tem problemas de falta de governança. O que significa isso? Você tem instrumentos que são planos diretores, leis de uso e ocupação do solo, cartas geotécnicas. Metade dos municípios gaúchos não tem esses instrumentos. Se eu não sei qual é a realidade que eu tenho, como é que eu vou planejar o futuro? Então, isso tem que ser feito. Tem que ser feita uma elaboração, uma série de mapeamentos, de estudos, de comprovar quais são as áreas que alagam, com que frequências tem sido realizado.”

    De acordo com Kazmierczak, é preciso que os municípios tenham um plano de contingência bem estruturado e também equipem as Defesas Civis locais. Segundo dados apresentados pelo profissional, 74% das cidades da região sul têm equipes com apenas uma ou duas pessoas atuante. Além disso, 30% das Defesas Civis não tem um computador, 70% não tem um veículo próprio exclusivo e 73% não tem um celular com internet.

    “Nós temos que criar instrumentos de governança, a gente tem que capacitar a Defesa Civil e tem que criar uma resiliência. E assim, vamos começar a trabalhar com a resposta, com a prevenção. A gente não vai mudar o clima, mas a gente pode mudar o impacto que esse clima vai causar na sociedade e nas cadeias produtivas”, enfatiza. 

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