Julgamento de Gabriel Nascimento da Luz foi realizado em Santa Cruz, nessa quinta-feira
Em julgamento realizado nesta quinta-feira (18), Gabriel Nascimento da Luz foi condenado a 11 anos e oito meses de prisão em regime fechado. Conforme a denúncia, ele seria o proprietário do carro usado por matadores contratados e que mataram Tiago Aliandro Kohlrausch no dia 23 de setembro de 2019, no Loteamento Motocross, em Santa Cruz do Sul.
Luz é tio da ex-esposa de Tiago, Patrícia D’Avila e estaria envolvido no homicídio junto de Renato Andrade Ferreira – que enfrentaria o banco dos réus nesta quinta, mas não compareceu devido a um problema de saúde – e outros dois indivíduos que não foram identificados. Conforme o Ministério Público (MP), tudo teve início quando Ferreira começou a se relacionar com Patrícia, que tinha um filho com Tiago Aliandro Kohlrausch.
"Começou um inferno na família, porque o Renato queria ser o pai do guri. Ele estava tão obcecado que tatuou no braço um coração com o nome dos três. Começou a criar situações, fraudar registros falsos de agressão que teriam sido feitos por Tiago. Gabriel sabe do que ele fez parte. Ele levou assassinos até a casa da vítima", argumentou o MP.
Entenda mais: "Eu quero que se faça justiça pelo meu filho", afirma pai de homem morto em 2019
Em seu depoimento, o acusado disse que a situação iniciou um mês antes do crime, quando Patrícia e Renato pediram sua ajuda "para dar um susto” em Tiago. O casal alegava que a vítima estava fazendo ameaças aos dois. “Eles disseram que o Tiago ameaçava ela. Mostraram uma foto de uma arma e uma porca pendurada que teria sido enviada por ele”, contou.
No entanto, Luz disse que não participou do crime e apenas emprestou o veículo. Ele relatou que foi junto com Renato e outros dois indivíduos até a casa de Tiago, mas não o encontraram. Em seguida, pediu para ir embora e não participar mais da situação. Ele foi deixado em um posto de saúde, onde esperou por um tempo até o retorno do grupo. “Eles chegaram na UPA e agiram normalmente. Me pegaram e foram dirigindo até minha casa."
Com relação ao homicídio, o acusado afirmou que teve conhecimento apenas um dia depois, quando contatou Ferreira em busca de detalhes do que tinha ocorrido. “Ele me disse exatamente isso: se o senhor abrir a boca, sabe o que acontece. Quem passar no nosso caminho, nós vamos passar por cima." “Eles se comprometeram que era apenas um susto. Se eu soubesse, não teria levado. Eu também tenho filho, não ia querer que alguém matasse ele”, ressaltou.
*Colaborou a repórter Emily Lara
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