Carlos Eduardo Kampf compartilha a trajetória como ginecologista e obstetra, incentivada e trilhada ao lado pai Carlos Alberto, falecido em 2014
Seguir os passos do pai sempre foi uma certeza para o santa-cruzense Carlos Eduardo Kampf. Desde muito cedo, via Carlos Aberto sair de madrugada para ir até o hospital auxiliar as famílias em um dos momentos mais importantes e bonitos da vida: o nascimento. Com isso, não havia outra escolha para ele a não ser a medicina, mais especificamente, na área da Ginecologia e Obstetrícia, construindo uma trajetória profissional que passa de geração a geração e com muito amor envolvido.
Formado em medicina pela UCS em 1994, Carlos Eduardo desempenhou o período de residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na PUC-RS. Mais tarde, tornou-se especialista em Ultrassonografia – Febrasgo, além de concluir uma pós-graduação em ecografia em Ribeirão Preto e, outra pós, em Medicina Fetal (Cetrus – SP).
A partir de 2000, o médico retornou à cidade natal e viveu um dos momentos mais marcantes da carreira: atuar na clínica da família, ao lado do pai, Carlos Alberto Kampf – falecido em 2014 -. "Inauguramos a clínica construída pelo meu pai e desde então passamos a trabalhar juntos. Foi uma período muito gratificante, porque ele me passava toda a experiência dele não só na parte médica, mas também a humana. Meu pai sempre me botou essa questão de ver o paciente como um ser humano, até pela parte da medicina que nós fizemos, que é o nascimento, proporcionar as famílias uma oportunidade de gestação. Então valeu muito a pena cada ensinamento", conta Kampf, relembrando a trajetória do pai, um dos pioneiros na especialização em ginecologia e obstetrícia em Santa Cruz, realizando mais de 12 mil partos ao longo dos 49 anos de atuação.
Hoje, com mais de duas décadas de atividades, Carlos Eduardo trabalha mais diretamente com a parte da Obstetrícia, realizando todo acompanhamento e exames de pré-Natal até o nascimento, ultrassonografia em ginecologia e obstetrica (3D e 4D), além da investigação e tratamento da infertilidade, desde técnicas de baixa até de alta complexidade como a fertilização in vitro junto ao Centro de Medicina Reprodutiva Porto Alegre. Tudo isso, reforça ainda mais o legado deixado pelo pai, de exercer a medicina aliada ao lado humano o que, involuntariamente, acaba criando vínculos entre o doutor e o paciente. "Todo dia tem o seu momento marcante, desde quando damos um dispositivo para uma paciente que estava com dificuldade de engravidar, até a descoberta do sexo da criança. Isso cria uma aproximação com o paciente e exige sabedoria quando precisamos dar um consolo e encontrar uma solução para quem vem um pouco desanimado devido à impossibilidade de ter filhos", relata.
Sem horário e sempre à disposição
Não tem hora. Apesar de, em alguns casos existir a possibilidade de planejar, a criança é quem escolhe a hora de vir ao mundo e é por isso, que médicos obstetras precisam estar sempre à disposição. No caso de Carlos Eduardo, já foram muitas as vezes que o deslocamento para atender um parto não foi nada fácil. “Estava em Porto Alegre com a minha família e quando deitei, tocou o telefone. Era minha paciente dizendo que a bolsa estourou. Peguei o carro e vim para Santa Cruz. Quando estava perto, na região de Mariante, um acidente entre dois caminhões bloqueou a estrada. Falei com os policiais, pedi para me deixarem passar porque tinha uma paciente em trabalho de parto, mas o policial não deixou e me orientou ir por um desvio mais longo ainda. Por fim, conversei com outros motoristas e me deixaram passar, cheguei para fazer a cesariana e depois voltei a Porto Alegre. Isso é bem normal de acontecer, mas a distância nunca foi um empecilho e isso de estar à disposição as pessoas não esquecem”, recorda.
Por falar em não esquecer, há quem lembre também de Carlos como o “médico que me fez nascer”. “Cresci vendo as pessoas falar isso para o meu pai e agora, falam para mim. Isso é muito gratificante”, salienta o obstetra, que já realizou aproximadamente seis mil partos desde a início da formação.
Família, esporte, viagens e culinária: o Carlos Eduardo fora do consultório e os planos para o futuro
Marido da Vanessa – também médica no consultório, porém na área da pediatria – e pai dos gêmeos Thiago e Henrique, de 13 anos – que já demonstram interesse em seguir os passos do pai e do avô, Carlos Eduardo Kampf aproveita as horas de folga para estar junto da família, seja para assar uma carne, viajar ou andar de bicicleta. "Para mim é um prazer enorme chegar nas sextas à noite e jantar com a minha família, estar com eles aos finais de semana cozinhando ou fazendo outra atividade. É a melhor parte”, considera.
Além das atividades de lazer, o médico e gestor também aproveita as horas vagas para estudar e se especializar, buscando sempre o avanço da medicina, com novas tecnologias e os melhores aparelhos, como recomendava o pai Carlos Alberto. Pensando nisso, a Clínica Kampf irá expandir e mudará de espaço em breve, em um prédio mais amplo para atender melhor os pacientes, no lugar que já é a sua segunda casa. "Sempre quando me sobra um tempo, estou no computador fazendo algo para o consultório. Eu gosto muito do que eu faço, até demais", finaliza.