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De novo, preço fica sem acordo

Publicado em: 18 de janeiro de 2017 às 16:47 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 11:43
  • Por
    Lucas Miguel Batista
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Foto: Arquivo Jornal Arauto
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    Nova rodada de negociações foi realizada nesta semana. Três empresas nem apresentaram propostas de reajuste

    A manchete se repete a cada ano. Toda vez que se aproxima o período das negociações para a definição do preço do tabaco, os agricultores já ficam apreensivos do que as empresas vão oferecer. Nesta semana, um segundo encontro com as seis fumageiras que não entraram em acordo no ano passado foi realizado. Participaram Philip Morris, JTI, Universal Leaf, Alliance One, China Brasil e Premium, além de representantes dos fumicultores. O encontro foi na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) em Santa Cruz do Sul e terminou mais uma vez sem acordo. Isto porque nenhuma das empresas chegou ao percentual de reajuste da tabela de preço do tabaco para a safra 2016/2017, que é de 8,35%, assinado com a Souza Cruz. Com isso, a Souza é a única que tem assinado o protocolo e que atendeu a solicitação de uma valorização do produto, oferecendo a variação do custo de produção (7,3%), acrescido de uma lucratividade.

    As empresas Alliance One, China Brasil e Premium nem chegaram a oferecer proposta de reajuste. Já a Universal Leaf propôs redução de 7% em quatro classes de fumo (confira a tabela ao lado). Com essa indefinição na tabela a ser praticada nesta safra, os representantes dos fumicultores irão realizar reuniões internas em cada entidade para decidir os próximos passos.
    As entidades iniciaram as reuniões com expectativa positiva, uma vez que já existe um acordo assinado com reajuste de 8,35%, e terminaram o encontro com as seis empresas com sentimento de frustração e decepção. De acordo com o presidente da Afubra, Benício Werner, em outros anos as empresas traziam a proposta no segundo encontro e este ano não. “Já estamos no fim de janeiro e não posso acreditar que as empresas não tenham sua tabela definida”, comenta. Segundo ele, duas empresas (Alliance One e China Brasil) esperam a orientação da matriz para apresentar a proposta. Até que a tabela seja reajustada, as pressões das entidades irão continuar, afirma Werner. A Afubra irá se reunir com os conselheiros dos três estados do sul do Brasil para debater o assunto em 2 de fevereiro. As demais entidades que compõem a comissão representativa dos fumicultores também devem se reunir para conversar sobre o tema.

    E O PREÇO?
    As quatro empresas que apresentaram as propostas de reajuste passam a praticar o novo preço. As demais irão comprar o tabaco dos produtores pelo valor pago na safra passada. O não aumento do valor esperado pelos fumicultores pode fazer com que o tabaco fique por mais tempo nos galpões. O presidente da Afubra prefere não comentar se os produtores devem ou não segurar o tabaco. Isto porque, segundo ele, irá depender de como está o clima da África – continente que vem produzindo fumo em larga escala. “Enquanto não tivermos uma posição concreta, uma informação clara, não vamos orientar os produtores a vender ou não o tabaco neste momento”, diz. Werner lembra ainda que este ano a oferta de fumo está acima da demanda das empresas e que a África também aumentou sua produção. “Apenas no Zimbábue são 235 mil toneladas de fumo”, sublinha o Presidente da Afubra.

    Confira a matéria completa na edição do Arauto desta quinta-feira.