Prefeita Helena Hermany abordou os temas durante entrevista coletiva na tarde dessa quinta-feira
Na tarde dessa quinta-feira (16), a prefeita de Santa Cruz do Sul concedeu uma entrevista coletiva no Salão Nobre do Palacinho da Praça da Bandeira para apresentar o posicionamento da Prefeitura diante dos questionamentos gerados pela Operação Controle, conduzida pelo Ministério Público.
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Durante seu pronunciamento, Helena afirmou que a comunidade será a principal prejudicada, pois obras provavelmente serão interrompidas com a investigação, que corre em sigilo, sobre as empresas responsáveis pelos serviços. “Nós teremos que ver com o jurídico como funciona. Provavelmente teremos que chamar a segunda colocada na licitação da BR-471”, disse.
A chefe do Executivo falou também sobre as obras do Autódromo Internacional. “Já o autódromo infelizmente não poderemos tocar. Ele foi feito há 18 anos, teve desgastes e problemas. Estava prestes a vir uma corrida, fizemos um projeto para conseguir permitir que ela fosse realizada. Agora tínhamos projeto bem estruturado, que realmente ia sanar todos os problemas”, concluiu.
Reforma do autódromo
Uma das irregularidades investigadas envolveu a reforma do Autódromo Internacional. Conforme o MP, a obra finalizada em 2022, além de fraudada e superfaturada, foi executada com má qualidade, o que colocou em risco a segurança dos pilotos de etapa da Stock Car Brasil em novembro do ano passado. "Há indícios de possíveis fraudes e peculatos na reforma e pavimentação do autódromo, com direcionamento de licitação, superfaturamento e depois ainda com aditivos contratuais injustificáveis que elevaram o valor contratual em mais de R$ 3 milhões", declarou o promotor João Beltrame. O promotor destaca que mesmo cientes de que o material era inadequado, por ganância, optaram por utilizá-lo. Em consequência, durante a Stock Car no final de 2022, o asfalto esfarelou e levantou blocos, motivando reclamações dos pilotos.
Já o promotor de Justiça Érico Barin, ressaltou que "há indícios de que na nova obra de reforma do autódromo, a organização criminosa tentou obter ilegalmente valores públicos. Neste caso, uma das empresas investigadas elaborou novamente um projeto técnico e definiu os valores da obra – orçada em mais de R$ 8 milhões – e inseriu no edital uma cláusula restritiva de concorrência para o fim de direcionar o certame."
Duplicação da BR-471
Outro caso investigado pelo MP ocorreu na duplicação do trecho municipalizado da BR-471, em Santa Cruz. Conforme o promotor de Justiça Flávio Passos, as provas coletadas na investigação apontam que a mesma empresa investigada fez todos os projetos técnicos e definiu os valores da obra, fraudando e direcionando a licitação, cujo valor já ultrapassa R$ 21 milhões, após aditivos igualmente fraudulentos.
"Além disso, as investigações demonstraram que o grupo suspeito segue atuando no município, visto que já foca em mais uma nova obra a ser licitada para a construção de ciclovia na Avenida Leo Kraether. Os projetos desta obra estão sendo, mais uma vez, elaborados e avaliados por engenheiros da mesma empresa suspeita, juntamente com a contratação de uma terceira, usada como fachada na intermediação de integrante de associação empresarial local", disse.
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