Pediatra Alin Capitânio Berbigier revela detalhes sobre a doença e destaca diagnósticos e tratamentos que devem ser realizados
Muito comentada nas últimas semanas em razão do surto ocorrido pela região, a síndrome mão-pé-boca tem gerado muitas dúvidas, principalmente para famílias que contam com crianças, que se tornaram o principal alvo do vírus. Para falar mais sobre a importância dos cuidados com a doença, a convidada desta semana do Arauto Saúde é a pediatra Alin Capitânio Berbigier.
Conforme a especialista, mesmo que tenha ganhado relevância recentemente, a doença teve seus primeiros casos registrados na década de 50. “Surgiu pela primeira vez em 1957, e desde então todos os anos a gente acaba tendo casos. No entanto, nesse ano a gente acabou tendo um surto dessa doença”, salienta Alin. Segundo a pediatra, a transmissão acontece quando ocorre o contato direto de secreções de vias respiratórias, saliva e também das fezes, ocorrendo principalmente entre as crianças. “As crianças acabam entrando em contato uma com a outra nas creches, através de brinquedos, onde elas às vezes ficam trocando entre si os brinquedos e os colocando na boca, causando a transmissão”, salienta.
Transmitida pelo vírus cosxackie, da família dos enterovírus, a síndrome leva esse nome em razão da presença de feridas avermelhadas na planta dos pés, mãos e interior da garganta. A doença que atinge principalmente crianças pode também afetar adultos, embora os casos ocorram em pequeno número. Conforme Alin, é nas crianças com menos de cinco anos que são registradas as doenças normalmente. Sobre o tratamento, a profissional ressalta que deve-se solicitar ajuda de um médico para a orientação. ”Por ser um vírus, a gente realiza um tratamento chamado sintomático, para aliviar os sintomas. Às vezes a criança tem dificuldade de se alimentar e a gente acaba utilizando alguma pomada ou remédio tópico para aliviar os sintomas”, afirma.
Ainda, a médica pediatra ressalta que o diagnóstico de uma criança com mão-pé-boca é realizado de forma clínica, se baseando no aspecto das lesões e no quadro da criança. “Antes das lesões, as crianças iniciam com um quadro de febre alta e então posteriormente aparecem as lesões. Se tiver a doença, a criança deve ficar isolada por até sete dias, até o desaparecimento dos sintomas”, conclui.