Julgamento ocorre nesta sexta-feira, em Santa Cruz
Nesta semana, um caso que chocou a região tem um novo capítulo. Jair Menezes Rosa será levado a júri popular, acusado de ser o responsável pela morte de Francine Rocha Ribeiro. Ela foi encontrada sem vida, em 12 de agosto de 2018, em uma área de mata do Lago Dourado, em Santa Cruz, horas depois de sair para fazer uma caminhada ao ar livre.
O homem apontado como autor do crime, que está preso há quatro anos, é réu por suspeita de homicídio quadruplamente qualificado. As qualificadoras – dispositivos que podem aumentar a pena imposta – são feminicídio, meio cruel, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e ocultação da prática de outro crime, já que ele também responde pelo estupro da jovem.
Jair Menezes Rosa está sendo representado pelo advogado Mateus Porto e, segundo o profissional, nega as acusações feitas e diz que pretende provar isso em plenário. “O que eu posso adiantar é que o já está externado – o réu, desde o início, nega a autoria. Ele alega inocência e a linha de defesa vai girar em torno disso”, falou.
O julgamento está marcado para as 9h30 da próxima sexta-feira (18), no Tribunal do Júri de Santa Cruz do Sul. O autor da denúncia, pelo Ministério Público, é o promotor Flávio Eduardo de Lima Passos. O advogado Roberto Alves de Oliveira atua como assistente de acusação. Márcia Inês Doebber Wrasse é a juíza que preside os trabalhos.
Além do depoimento da irmã gêmea de Francine, Franciele Rocha Ribeiro, dois agentes com atuação nas investigações devem falar pela acusação – a delegada Lisandra de Castro de Carvalho, que na época era titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, e o delegado regional Luciano Menezes. A defesa não indicou nenhuma testemunha para ser ouvida.
A expectativa, de acordo com a juíza, é que o julgamento seja encerrado até 21h. “O réu pode ser interrogado, se quiser falar ou não. Na parte da manhã, pretende concluir a instrução e, na tarde, teremos o debate, quando Ministério Público e defesa podem falar. Na sequência, temos a votação e a leitura da sentença”, explicou Márcia Wrasse.
“São julgamentos com viés diferentes de outros casos”, defende juíza
Assim como já aconteceu em situações parecidas, Márcia Wrasse pediu reforço do policiamento e policiais da Brigada Militar devem fortalecer a segurança nas proximidades do Fórum de Santa Cruz. Já a entrada no plenário será autorizada somente para profissionais com atuação no caso, familiares, profissionais de imprensa e inscritos.
Márcia Wrasse vê uma carga de sentimentos presente. “São julgamentos com viés diferentes de outros casos que envolvem, por exemplo, a criminalidade por tráfico de drogas ou desavenças entre vizinhos. O da sexta-feira e outros são crimes que, geralmente, envolvem uma questão mais emocional”, expressou.
Questionada sobre a possível influência do apelo comunitário no processo de tomada de decisão dos jurados, a juíza afastou a hipótese. “Eu acredito que os jurados não se deixam influenciar. Nós temos um instituto para preservação do sigilo. O corpo de jurados é muito qualificado e tenho certeza que eles vão ouvir as manifestações para tomar uma decisão”, finalizou.
Notícias relacionadas
Mulher é detida após morder brigadiano em Santa Cruz
Ela tentava esconder seu companheiro, que tinha mandado de prisão em aberto. Ele terminou localizado deitado na cama, coberto por lençóis
Ex-funcionário com problema de saúde alega que foi recebido a tiros por patrão
Dono de empresa nega versão e diz que foi ameaçado. Polícia está investigando o caso registrado na última terça
Homem acusa motorista da saúde de Rio Pardo de ter o atropelado
Autor teria levado a vítima ao hospital, mas depois não arcou com custos dos danos causados
Bombeiros Voluntários atendem 34 ocorrências em janeiro e anunciam campanha
Objetivo é angariar recursos para a compra de equipamentos, manutenção operacional e melhorias na frota