De olho no mundial de Eisstocksport, Luís Eduardo Kaufmann intensifica treinamentos

Santa Cruz do Sul, um dos principais núcleos da colonização alemã no Brasil, é conhecida mundialmente por ser o berço do Eisstocksport nacional. Em entrevista ao Grupo Arauto, Luís Eduardo Kaufmann, um dos destaques do esporte no Brasil, revelou detalhes sobre a história e sua trajetória nos jogos.

Foto: Reprodução/Redes sociais

O jovem de 25 anos cresceu em meio ao Eisstocksport. Seu pai integrou a primeira equipe brasileira a participar de uma competição mundial do esporte. Desde os cinco anos, Luís desenvolveu uma paixão pela modalidade e, ao longo dos anos, participou de várias competições, conquistando o título de vice-campeão mundial em 2014 ao lado de Eduardo Schuster, Sergio Bohm e Samuel Bohm. “Foi um feito histórico. Os europeus se apavoram que os brasileiros conseguiram desbancar a Alemanha e Itália, perdendo por pouco dos austríacos que eram os donos da casa”, relembrou.

Atualmente, o atleta está se preparando intensamente para o Campeonato Mundial de Eisstocksport de 2025, que será realizado na Áustria. “A gente sempre faz um treinamento bem intensivo na véspera de mundiais. Os mundiais são no final do inverno europeu, que acaba sendo em fevereiro e março. Então, em novembro e dezembro a gente começa o treinamento intensivo praticamente todos os dias”, explicou.

O Eisstocksport chegou a Santa Cruz do Sul durante a Oktoberfest de 2003. Rene Reinaldo Emmel conheceu o jogo em 2002 em visita a sua irmã Ingrid, na Alemanha. Durante um evento, ele viu pessoas atirando objetos em uma rua asfaltada. A curiosidade fez Rene atirar também aqueles equipamentos e questionar a respeito. Ficou sabendo que era um jogo praticado por centenas de clubes na Alemanha. De volta a Santa Cruz, levantou a ideia como uma das opções nos jogos germânicos mostrados na Oktoberfest. Entrou em contato com sua irmã, e sabendo que ela e mais 64 alemães viriam para a festa, solicitou que trouxessem alguns equipamentos. A irmã e cunhado não só trouxeram os equipamentos, como entraram em contato com a Federação Internacional, que enviou materiais didáticos do jogo. A primeira cancha foi construída junto ao Centro Cultural 25 de Julho.

“Santa Cruz do Sul é disparado a capital do Eisstocksport e a gente até tem essa responsabilidade de levar para outras cidades, desenvolver em outras cidades, para que o esporte cresça e vá para outros estados. Mas é uma tarefa difícil por questões dos investimentos”, disse.

Foto: Reprodução/Redes sociais

O equipamento consiste em três partes: o cabo de arremesso, o stock e a base, que pode ser trocada de acordo com o piso. No caso do concreto ela consiste em um composto plástico enquanto que no gelo é de borracha. A modalidade pode ser disputada tanto na categoria por equipes quanto na categoria individual. “É um esporte extremamente complexo, técnico. A gente trabalha com uma precisão muito grande, tem que ter a mira”, relatou.

Atualmente, o Eisstocksport conta com sociedades em várias regiões do Rio Grande do Sul. Kaufmann revelou também que há uma equipe na Bahia que pratica o esporte por diversão. “Casualmente vieram pelas redes sociais perguntando como nós adquirimos os equipamentos e materiais. E aí para nossa surpresa descobrimos esse pessoal que joga lá, mas por diversão. Já convidamos eles para virem aqui em competições”, concluiu.