O pé diabético é uma complicação séria e comum em pacientes com diabetes descompensada. É causado por feridas de difícil cicatrização que acometem pacientes com a doença autoimune. Elas começam como pequenas feridas nas extremidades dos pés e, se não identificadas e tratadas precocemente, podem evoluir para amputações.
A enfermeira do Hospital Ana Nery em Santa Cruz do Sul, Adriane Kessler, trouxe um alerta importante sobre o problema. “Os níveis altamente elevados de glicose no organismo são os responsáveis pelas alterações que propiciam o surgimento dessa condição“, explica. Ela reforça que, embora nem todos os diabéticos desenvolvam o pé diabético, o uso de calçados inadequados, especialmente se houver manchas vermelhas, pontos doloridos, bolhas, joanetes, calos ou dor frequente, aumenta o risco de complicações.
Sintomas do pé diabético
Os sintomas do pé diabético incluem feridas indolores que demoram a cicatrizar, dores, formigamentos constantes, inchaço nos pés, perda de sensibilidade, cheiro fétido, engrossamento da pele do pé, saída de pus pelas feridas e alterações na temperatura da pele do pé. “É essencial que os pacientes estejam atentos a esses sinais para buscar tratamento imediato“, adverte a profissional.
Tratamento e prevenção
A prevenção do pé diabético passa pelo controle rigoroso dos níveis de glicose, alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e hidratação dos pés após o banho para evitar rachaduras. “A análise diária do estado dos pés é uma dica fundamental para identificar qualquer alteração precoce“, recomenda Adriane.
Para aqueles que já sofrem com o pé diabético, o tratamento é variado e adaptado aos sintomas apresentados. A Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB), disponível no Hospital Ana Nery, é um dos tratamentos eficazes. “A OHB consiste na inalação de oxigênio puro sob pressão maior do que a atmosférica, o que facilita a recuperação e cicatrização das feridas“, explica Kessler. Além disso, o tratamento pode incluir o uso de antibióticos, pomadas antimicrobianas, medicamentos controladores da diabetes, mudanças na alimentação e curativos diários nas feridas. Nos casos mais graves, pode ser necessária a cirurgia para remoção da região afetada.
As complicações mais comuns em diabéticos, como infecções e problemas de circulação nos membros inferiores, podem levar a amputações decorrentes de úlceras no pé diabético. Segundo a Federação Internacional de Diabetes (FID), a cada 20 segundos ocorre uma amputação no mundo por esse motivo, e até 85% dessas amputações poderiam ter sido evitadas com tratamentos adequados, como a Oxigenoterapia Hiperbárica.
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