RODOVIA

Saiba o que foi dito na audiência que analisou cronograma de obras de duplicação da RSC-287

Publicado em: 16 de abril de 2025 às 11:25
  • Por
    Assessoria de Imprensa
  • Foto: Lucas Kloss
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    Encontro foi uma iniciativa do deputado Valdeci Oliveira (PT)

    Quando as obras de duplicação e de reparação de danos causados pela enchente do ano passado na RSC 287 serão concluídas? Audiência pública, realizada pela Comissão de Assuntos Municipais buscou responder à questão, trazendo à Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (15), representantes da empresa concessionária, autoridades estaduais, representantes de órgãos de fiscalização e lideranças da região afetada pela lentidão no andamento dos projetos e pelo preço das tarifas de pedágio.

    O encontro foi uma iniciativa do deputado Valdeci Oliveira (PT), usuário da rodovia que liga Tabaí a Santa Maria, onde reside. “Não temos contrariedade à duplicação, que consideramos fundamental para o desenvolvimento de toda a região. O que queremos é que a empresa responda uma série de questões específicas ao usuário, que é quem paga pela conservação e pelas obras na rodovia”, ressaltou.

    Falta de transparência em relação ao cronograma de obras, demora em restaurar danos causados pela enchente de maio do ano passado e inexistência de canais de diálogo com a sociedade foram alguns dos problemas levantados pelo parlamentar. Valdeci reclamou também da desorganização do sistema pare e siga no canteiro de obras próximo à entrada de Santa Maria. “Em alguns momentos, há dois quilômetros de tranqueiras e mais de uma hora de espera para trafegar por conta de obras pontuais. Tem algo errado na forma com que adotaram este método, que precisa ser ajustado”, defendeu, sugerindo o uso do acostamento para solucionar o problema.

    No decorrer da audiência, prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias de todos os municípios localizados ao longo estrada agregaram outras preocupações.

    Contraponto

    O diretor geral da Rota de Santa Maria, Leandro Conterato, explicou que os primeiros cinco de concessão são os mais desafiadores, pois exigem a recuperação estrutural do pavimento “de baixo para cima”. Segundo ele, o trecho de Santa Maria é o mais crítico e que requer “uma intervenção robusta”. “Neste ano, já usamos 12 mil toneladas de asfalto o que equivale a 850 caminhões cheios. É uma obra lenta sem muita visibilidade, com necessidade de manter o pare e siga 24 horas. Reconhecemos o transtorno, mas estamos dialogando com entidades locais para colher a percepção dos usuários”, apontou.

    Ele revelou que o primeiro trecho de restauro no município da região Central, entre a ponte do Exército e a praça de pedágio, deverá ser entregue nos próximos dias. “O usuário irá perceber a diferença. E o restante da restauração será no mesmo padrão”, assegurou. Sobre a reconstrução da ponte sobre o Arroio Grande, destruída pela enchente, Conterato revelou que o projeto está pronto e que as obras terão início em breve. “Não se trata de uma simples recuperação, mas de uma obra de resiliência climática pioneira no Brasil. A antiga tinha 44 metros de extensão. A nova terá 70 metros e será dois metros mais elevada”, comparou.

    Em relação aos problemas verificados em Tabaí, o representante da concessionária afirmou que as obras seguem o projeto original, mas “há capacidade para adaptar alguns aspectos”, como foi feita com a adição de mais uma passarela. Conterato disse, ainda, que a estrutura dimensional das galerias que estão sendo construídas no local foi concebida para atender a demanda do local e segue parâmetros de resiliência climática.

    Poder concedente

    O secretário-adjunto de Reconstrução, Diego Campos, respondeu ponto a ponto às questões levantadas pelas lideranças, identificando amarras do contrato e desmistificando algumas crenças, como a lentidão do governo na análise dos projetos. “Isso não confere com a realidade. A análise dos projetos executivos ocorre, no máximo, em 15 dias”, disparou.
    Campos revelou que a rodovia marginal em Tabaí, reivindicada pelos moradores, será incluída no projeto. Disse também que a secretaria está revisando tecnicamente o projeto das galerias e, se for identificada falha, será solicitada a correção ou outra solução de engenharia.

    Fiscalização

    O diretor-geral da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul, Carlos Alvim, afirmou que a função da agência é fiscalizar a qualidade da rodovia e os níveis de serviços, conforme o contrato e o Programa de Exploração de Rodovias. Revelou que as obras não realizadas no prazo, sem justificativa plausível, são descontadas do valor das tarifas. “É um instrumento para evitar que seja pago o que não foi realizado no prazo contratual”, justificou.
    Neste ano, a Agergs recebeu 23 reclamações de usuários da RSC 287, sendo sete relativas à manutenção da pista, seis por conta de lentidão das obras e cinco por má execução de serviços.