Bioquímica explica sobre o exame que detecta a presença de anticorpos neutralizantes contra a Covid-19 depois de vacinado
Em menos de um ano de pandemia do coronavírus, algumas vacinas contra a doença já foram testadas e aprovadas. E na medida em que a vacinação avança, dúvidas e perguntas continuam latentes sobre a segurança e eficácia do imunizante. Conforme os profissionais de saúde, após tomar as duas doses da vacina, leva um tempo para que o vacinado desenvolva a imunidade em seu organismo. Portanto, acerca do sistema imunológico, o que a ciência fala neste momento? Quem responde é a doutora e mestre em bioquímica toxicológica Vera Lúcia Reck, convidada do Arauto Saúde desta semana.
Para Vera, a ciência avançou muito desde o início da pandemia. Hoje, para quem já tomou as doses do imunizante, a dúvida corresponde à eficácia. “Nós temos um exame que demonstra um correlato de eficácia em relação à vacina, que é o teste de anticorpos neutralizantes. É possível detectar se o organismo apresenta a imunidade para a Covid-19 através dos anticorpos contra o RBD (Receptor-Binding Domain) na célula, para impedir que o vírus entre”, explica a bioquímica.
Mas qual é a quantidade de anticorpos neutralizantes necessários para bloquear a ação do vírus e saber se a pessoa está imune ou não? Segundo a doutora, a ciência ainda não tem esta resposta. “Inúmeros trabalhos estão sendo feitos e existem sugestões. Mas não há ainda um valor de referência e essa é uma resposta que o mundo inteiro quer saber”, frisa.
Segundo Vera, se existe a resposta para quantos anticorpos produzidos são precisos para promover a imunização contra o coronavírus, o processo de produção das vacinas não precisaria passar por tantas fases. Bastaria fazer uma dosagem dos anticorpos e se fossem acima de 100%, por exemplo, todos estariam imunizados. “Mas ainda não existe. O exame está disponível, mas não garante totalmente a eficácia”, salienta.
Desta forma, a bioquímica destaca que, mesmo depois de vacinada, é fundamental que a população continue adotando os cuidados contra a doença e as medidas de prevenção e segurança, como usar a máscara, lavar as mãos, usar álcool em gel e manter o distanciamento social. “É extremamente importante que todas as pessoas se vacinem, pois é assim que teremos uma baixa no número de casos e mortes. Mas precisamos também continuar nos cuidando para que o vírus não se dissemine mais”, reforma Vera.