Colunista

Daiana Theisen

Conversa de mãe

Flores ao professor

Publicado em: 15 de outubro de 2024 às 07:30
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Ser filha de professora, pra mim, sempre foi motivo de orgulho. Antes mesmo do nome da minha mãe, vinha a sua profissão, que desempenhou com muito amor e por isso deixou muitas marcas, a professora Elenis. A todos os professores, hoje e sempre, o meu reconhecimento.

15 de outubro, Dia do Professor. Não à toa, escolhi o dia de hoje para publicar esta coluna. Na minha opinião, um dia apenas é muito pouco para homenagear aqueles que fazem da sua profissão, a transformação. Aliás, penso que é muito mais do que uma profissão, ser professor é uma missão de vida.

Na mesma linha da beleza e da importância da profissão está, infelizmente, a desvalorização deste profissional. Mas não quero aqui falar das mazelas, quero, sim, deixar explícita a minha admiração por vocês, educadores.

No tempo em que eu ia na Escola Mesquita, levávamos flores aos nossos mestres. Lembro bem que eu gostava muito quando setembro chegava porque no jardim da nossa casa tinha muito verde, mas não tinha flores que eu pudesse colher. Mas setembro – talvez fosse agosto ainda – era o oásis das orquídeas e com elas a minha alegria. Perfumava a sala de aula e expressava a minha admiração.

O professor deveria ser sempre saudado, reconhecido, valorizado, acarinhado. Ele se entrega, compartilha seu conhecimento, estuda continuamente, mas vai além. O professor se preocupa com o aluno muito além daquilo que ensina de conteúdo. Muitas e muitas vezes, transfere também seus valores – e quanta diferença faz em tantas vidas.

A educação mudou tanto. Hoje, talvez, o mais relevante nem seja passar o conteúdo formal, disponível muitas vezes a um clique, mas ensinar o aluno a pensar, a construir o conhecimento, a conhecer a si mesmo, a saber identificar e controlar as suas emoções. Você percebe o tamanho do desafio daquele que está à frente de uma sala de aula?

Durante o período de pandemia e de ensino remoto, a redescoberta do professor. Talvez muitos tenham conseguido ver com outros olhos o trabalho desenvolvido pelos docentes. Mesmo que pais e crianças – ou adolescentes – tenham se esforçado ao máximo para cumprir as tarefas e realizar as atividades, bastou retornarem as aulas presenciais para que clareasse o conteúdo, de uma maneira muito mais lúdica e sábia. Magia de professor.

Minha irmã – professora e filha de professora – sempre conta que quando ela era criança, a profissão da nossa mãe a enchia de orgulho, tanto que seguiu pelo mesmo caminho. A valorização era outra, o seu papel na sociedade era visto como imprescindível, o reconhecimento era visível.

E onde e quando foi que deixamos de enxergar isso? Você mesmo, se parar e pensar, deve lembrar com carinho de pelo menos três professores que foram além de ensinar o conteúdo, mas deixaram uma marca na sua história. Precisamos urgentemente resgatar o respeito e a admiração por eles, todos eles.

Mais flores aos professores, aos mestres. Eles merecem, e não apenas no dia 15 de outubro.