Sargentos Filipe Martins da Cunha e Anderson Thomaz se somam à equipe gaúcha que foi auxiliar nos incêndios
As notícias dos incêndios que se agravam pelo país causam apreensão em autoridades, ambientalistas, alerta nas pessoas. E motiva a ação prática de quem novamente tem a missão de atuar para salvar. Dois bombeiros da corporação de Santa Cruz do Sul estão em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para se unirem às equipes de combate a incêndio, numa grandiosa força-tarefa.
As equipes são formadas por militares especialistas em incêndio florestal e experientes em atendimento de ocorrências desta magnitude. De Santa Cruz do Sul atuam o 1º Sargento Filipe Martins da Cunha e o 2º sargento Anderson Thomaz dos Santos. O Portal Arauto conversou nos últimos dias com o sargento Thomaz, que pode relatar um pouco do que tem vivido nesta experiência, depois de meses atuando no resgate nas enchentes e nas buscas no Vale do Taquari.
Da água ao fogo, ele contou que já havia trabalhado em incêndios florestais na campanha, região de Livramento, Uruguaiana, porém todos no Bioma Pampa. “Aqui temos biomas do Mato Grosso do Sul, onde estamos atuando. Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, muitos incêndios de copa, muitos focos em lugares distintos, a baixa umidade relativa do ar e a constante mudança na direção dos ventos está dificultando as frentes de trabalho, a equipe do RS que está atuando aqui é composta por militares que já atuaram em incêndios florestais, no Taim, Bororé, Canadá, Argentina, Uruguai, alguns com especialização pela Força Nacional de Segurança Pública”, explica.
Um dos locais onde os bombeiros santa-cruzenses estavam trabalhando, numa reserva ambiental dentro de uma fazenda de floresta plantada, com fontes produtoras de celulose, é cercada de mata de eucalipto, sinalizou Thomaz. “A operação está bem difícil, é um incêndio de copa. Nós sobrevoamos a área, traçamos algumas estratégias e estamos trabalhando ininterruptamente com revezamento entre as equipes para monitoramento e controle do fogo”, relatou sobre a atuação em um dos dias da operação, que acaba percorrendo grandes extensões de área. Num único dia eles rodaram 280 quilômetros dentro da fazenda, e havia muitos focos de incêndio por toda ela.
Thomaz e o sargento Filipe estão entre 14 militares, sendo três grupos de combate a incêndio florestal, e cada qual trabalha com uma camionete com kit para combate a incêndio, utilizando água e líquidos retardantes de chama. “Temos total autonomia de equipamentos, as equipes trabalham em conjunto com voluntários, brigadistas de emergência, neste local temos apoio aéreo de duas aeronaves, 27 caminhões pipa e 60 brigadistas”, observa. As estratégias e o monitoramento são coordenados pelo Gabinete de Crise instalado na capital Campo Grande, pelo Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul.
Em contato novamente no fim da tarde deste sábado (14), sargento Thomaz frisou que os combates de sexta-feira tiveram efeito, porém o fogo avançou em outra área de alto valor de conservação (AAVC), então todos os esforços foram empregados neste ponto. Chama atenção muitos animais silvestres desorientados, antas, pacas, aves saindo das áreas de conservação em direção às florestas plantadas, narrou ele. Enquanto os leitores estão percorrendo essa narrativa, os bombeiros santa-cruzenses seguem em Mato Grosso do Sul, no combate às chamas.
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