Nesta segunda-feira (16), a rede estadual de ensino está com eleições para as direções escolares, que assumem em 1º de janeiro de 2025 uma gestão de três anos. Na abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), são 18 municípios e 86 escolas envolvidas no processo.

O coordenador da 6ª CRE, Luis Ricardo Pinho de Moura, o Chiquinho, explica que tem direito a votar os diferentes segmentos da comunidade escolar, com critérios: vota o professor lotado na escola – e quando o professor atua em mais de uma, ele vota onde tem a maior carga horária; também vota o funcionário de escola, o estudante a partir dos 12 anos de idade; pais (um deles ou responsável) dos menores de 18 anos. Quando o estudante é maior de 18 anos, somente ele vota, sem seu pai o responsável ter direito também. Onde não houve chapas inscritas, haverá processo de indicação.

Novidade no processo desse ano, frisou o Coordenador Regional de Educação, é que todos os candidatos cumpriram curso de gestão, com carga horária e compromissos de atividades e ainda passaram por prova, com questões de português, conhecimentos gerais e legislação. Os aprovados ficaram aptos a concorrer como diretor ou vice-diretor, compondo as chapas. O processo de escolha dos diretores da Rede Estadual passou por mudanças neste ano. Com as alterações e atualizações na Lei de Gestão Democrática das Escolas, aprovadas pela Assembleia Legislativa em 2023, a seleção dos gestores passou a adotar requisitos e procedimentos técnicos. A partir da seleção que acontecerá em 2027, os mandatos posteriores serão de quatro anos.

A eleição, nesta segunda-feira (16) ocorre nos respectivos horários de funcionamento da escola, inclusive no horário de meio-dia e à tardinha, oportunizando aos pais trabalhadores a oportunidade de votar. Aliás, Chiquinho compara a votação como uma eleição geral ou municipal, pois haverá mesários e será digital, num aplicativo disponibilizado na escola, como se fosse a urna eletrônica.

Na educação, um papel repleto de desafios

Chiquinho acredita que o diretor de uma escola tem grandes desafios. Na própria legislação constam as atribuições de cada cargo e não são poucas. “Hoje o grande papel do diretor é fazer a gestão pedagógica, administrativa e financeira da escola, mas todas voltadas para que a gente possa ter o objetivo principal, que é a aprendizagem significativa dos nossos estudantes, a permanência daquele estudante no ambiente escolar, para que a gente possa evitar futuras buscas ativas, manter um quadro de recursos humanos, ou seja, de professores, funcionários, especialistas em dia, adequado para que possa trabalhar em prol da aprendizagem dos nossos estudantes. Um grande cuidado com o espaço físico, com o patrimônio, e manter as contas da escola, fazer a gestão financeira de acordo com a legislação, manter o equilíbrio financeiro, adquirindo, fazendo as manutenções, aquisição de merenda”, refletiu.

Cerca de 600 estudantes em busca ativa

Esses desafios não são apenas para quem assume, mas também para quem está à frente nesse fechamento de ano. “O maior desafio que as direções estão tendo é na busca ativa daqueles alunos que acabaram desistindo no decorrer do ano letivo, muitos até agora no final do ano, para que ele encerre o seu ano letivo. Nós estamos num período dos EACs, que são os estudos de recuperação, a recomposição das aprendizagens ainda não consolidadas pelos nossos estudantes, aquelas habilidades e competências ainda que eles não adquiriram. Então as escolas estão trabalhando em cima disso, porque nós podemos ter um estudante abaixo do básico, no básico, no adequado, no avançado. Todos têm o direito de recomposição dessas aprendizagens, inclusive aqueles que estão fora, que, através da busca ativa, ele volta, porque nós estamos vivendo os estudos complementares compensatórios por questões de infrequência. O aluno vai lá, ele recupera a sua infrequência, ao mesmo tempo a sua aprendizagem”, descreve.

Neste ano, são cerca de 600 estudantes na área de abrangência da 6ª CRE que se encontram na busca ativa, revela Chiquinho. Levantamento esse que é feito constantemente e o número já chegou em mil há alguns meses, considerando o universo de 27 mil alunos, aproximadamente. “Então, esses são os maiores desafios agora, na última hora, para os diretores que hoje estão lá. E manter um equilíbrio harmônico dentro da escola, dentro deste processo eleitoral”, arremata o Coordenador da 6ª CRE.