Uso terapêutico da substância é assunto de estudos
No Arauto Saúde desta edição está a médica nefrologista Cynthia Caetano, que participou do primeiro Simpósio Gaúcho que debateu o uso do Cannabis Medicinal, os derivados da maconha, em tratamentos de determinadas doenças para o alívio das dores.
Dra. Cynthia, os benefícios da Cannabis para o tratamento de algumas enfermidades já estão cientificamente comprovados?
O uso dos derivados do Cannabis terapêutico é um assunto que muitas pessoas procuram hoje. Elas conversam com seus médicos e profissionais da saúde. O diferencial deste Simpósio foi trazermos uma discussão mais ampla sobre este tema. Estavam lá especialistas das áreas médica, jurídica, farmacêuticos, professores que abordaram o assunto de forma qualificada e séria para que pudéssemos fazer um debate franco com a finalidade de beneficiar todos os pacientes que desejam o uso desta ferramenta.
Em quais situações o uso do Cannabis é benéfico e relevante?
A gente conhece hoje vários estudos. Em novembro foi publicado o Mapa de Evidência sobre o Uso do Cannabis Medicinal. Essa é uma iniciativa que traz todas as melhores evidências científicas de patologias onde ele pode ser usado. Como em crises convulsivas sem controle, pacientes com ansiedade, portadores de dores crônicas, de doenças raras neurológicas como a esclerose múltipla. Existem enfermidades crônicas que podem se beneficiar deste tratamento. Mais importante que um CID, um diagnóstico, é compreender o paciente na sua complexidade. Uso o exemplo da fibromialgia, onde o paciente não tem um diagnóstico único. Além do quadro de dor, ele pode ter ansiedade, sintomas depressivos, redução da qualidade de vida e energia. Então é importante entender todo o contexto que afeta a saúde e o bem-estar do paciente.