Para manter espaços, presídios do Rio Grande do Sul contam com apoio da comunidade
Diversas casas prisionais do Rio Grande do Sul vêm apostando na criação e manutenção de hortas comunitárias como opção de tratamento penal. Elas variam de tamanho, conforme a disponibilidade de espaço, mas todas são mantidas por apenados e contam com a parceria da comunidade. O espaço de produção de alimentos também é uma oportunidade de reaproveitar áreas ociosas dos estabelecimentos, dando oportunidade de reinserção social e futura recolocação profissional.
No anexo feminino da Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro, a horta comunitária é biodinâmica. Nela são produzidos alimentos saudáveis sem o uso de agrotóxicos, utilizando o calendário astronômico agrícola. Apoiado pelo Instituto Mahle, da Alemanha, o técnico agrícola Alexandre Rodrigues é o responsável por desenvolver o projeto na casa prisional. Na semana passada foram entregues quatro caixas com alface, couve e temperos para a APAE de Montenegro e o Lar Recanto das Vovós. Além do plantio de verduras e hortaliças, uma parceria com a empresa Bio Composto e viveiros de mudas de produtores da região conquistou um plantio para 100 árvores frutíferas na penitenciária.
PELO RIO GRANDE
Em outras tantas casas prisionais do estado o mesmo projeto é desenvolvido. Em Camaquã, por exemplo, apenados cultivam verduras e legumes em uma área de aproximadamente 500 metros quadrados. Mandioca, milho verde, abóbora, couve-flor e melancia são algumas das sementes plantadas e colhidas. Também existe uma pequena área separada com plantação de ervas como camomila e boldo. Os insumos (calcário, ureia, adubos e sementes) necessários para a produção são doações de parceiros. Os produtos colhidos são em grande parte doados a creches, asilos e hospitais.
No sul, em Pelotas, a horta comunitária do Presídio Regional, que compreende 5 mil metros quadrados, também já rende frutos. Na semana passada foram entregues 20 caixas de hortaliças ao Lar de Jesus, entidade assistencial do município que atende crianças em situação de vulnerabilidade social. Entre os produtos estão couve, cebola, cebolinha e salsa. Cinco apenados trabalham na horta, que recebe insumos doados pela comunidade.
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