Ginecologista Renata Becker Jucá destaca pontos importantes sobre o assunto que ainda é tabu em muitos lugares
Influenciada por fatores biológicos, psicológicos, sociais, políticos, culturais, históricos, econômicos e religiosos, a sexualidade é um tema que requer muita atenção, sendo fundamental o autoconhecimento para que as relações ocorram de forma prazerosa e tranquila. Dessa forma, a sexualidade está em todas as fases da vida e em constante transformação, por conta do conhecimento que se vai adquirindo sobre o tema – que no Arauto Saúde desta semana, será comentado pela médica ginecologista Renata Becker Jucá.
Conforme a especialista, é importante falar sobre sexualidade, mas com responsabilidade. “A educação sexual tem como objetivo trazer a felicidade, o bem-estar e a saúde para as pessoas. Essa educação começa assim que o bebê nasce através da família, pois até os quatro anos da criança, essas são pessoas muito importantes na formação de uma sexualidade sadia. Hoje, a gente sabe que existem muitos tabus e crenças, pois as pessoas têm vergonha, não entendem ou não sabem sobre o assunto”, ressalta a ginecologista.
A atenção à sexualidade sadia inicia desde o nascimento do bebê, no modo de manusear e fazer a higiene dos órgãos genitais, explica Renata. “O bebê é capaz de perceber na mãe, se ela não consegue fazer a higiene. Hoje essa questão evoluiu, pois existe curso pré-natal e já são orientadas as famílias para fazer tudo com mais naturalidade. Na infância, as questões relacionadas a conversar naturalmente e de não ter vergonha já avançaram bastante”, avalia.
Sendo o sexo parte da felicidade do ser humano, a médica atenta que a intimidade de cada um, ou mesmo a escolha de quem não deseja ter uma vida sexual, deve ser respeitada. Para ela, o respeito vem através do diálogo. “É importante conversar, trocar ideia e o problema é que hoje isso se faz pouco. Então, o limite é dado pela pessoa, mostrando até onde o outro pode ir. Dessa forma, é fundamental respeitar o que o outro pensa. O respeito vem junto com a saúde e nos proporciona bem-estar”, pontua.
O respeito, reflete Renata, precisa ocorrer desde a primeira relação sexual. Sendo um momento construído pelo entendimento, relacionamento, conversa e troca de carícias. “Cada um vai colocar o seu limite, o que acha bom e de que forma isso será feito, sendo o diálogo fundamental”, conclui a ginecologista.