Colunista

Daiana Theisen

Conversa de mãe

Meu dia

Publicado em: 13 de junho de 2024 às 21:25
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Mais um ciclo completado com sucesso. Nesta semana, do meu aniversário, peço licença para falar do meu dia e do quanto é bom poder celebrar esta data com quem nos quer bem.

Criança normalmente adora fazer aniversário. É, de fato, um dia mágico, diferente, bem especial, quando as atenções da casa, da escola, se voltam ao aniversariante. Aliado a isso, normalmente tem aquele presentinho especial, uma surpresa ou algo que desejamos e esperamos muito, por vezes um ano inteiro. E quando tem festa, então, nem se fala!

Quando eu era criança, os aniversários eram bem diferentes de hoje em dia. As festinhas então, eram assim mesmo, no diminutivo. Feitas na garagem de casa, com a criançada da vizinhança e os colegas de escola, alguns balões amarrados em um fio, decoração feita pela mãe. O clássico “Feliz aniversário” na parede e uma torta com vela que nem sempre indicava a idade. Até as garrafinhas de refri ganhavam adornos de personagens para contribuir na decoração. Os presentes recebidos eram colocados no quarto, dispostos sobre a cama. Lembro de ter tido pelo menos duas dessas.

Ao passo que fui crescendo, a empolgação pelo aniversário foi diminuindo. Não é que não goste, gosto e não é pouco. Penso que o aniversário continua sendo aquele dia especial em que as pessoas próximas nos dão aquele abraço tão bom, preparam alguma surpresa, e as mais distantes dedicam um pouco do seu tempo para pensar em uma mensagem para a gente. E isso, por si só, já vale muito. Apenas não me vejo como aquela pessoa empolgadíssima pelo meu aniversário, da contagem regressiva e tudo mais. Mas continuo gostando de ganhar presentes, que fique registrado.

Acordei neste dia 13 de junho, meu aniversário, com um céu amanhecendo pintado de laranja. Um bom sinal, meu primeiro presente. Porque sim, com o tempo o ganhar presente  – presente físico, embrulhado naquele papel bonito com laço de fita – tornou-se secundário. Neste dia tão especial, recebi as surpresas, os abraços, as mensagens (algumas inclusive feitas à mão), cada qual como um lindo presente que me fez muito feliz.

No dia do aniversário, acabamos entendendo um pouco melhor como os outros nos enxergam. Porque, penso eu, não deve ser coincidência alguns adjetivos constantemente repetidos. Poderia até pensar que são mensagens “automáticas”, e talvez algumas possam até ser. Mas a maioria fala de mim como eu mesma me vejo, como eu quero cada vez mais ser. Isso me fez refletir sobre quem me tornei, ao longo da minha trajetória. E quer saber, estou orgulhosa.

Filha, irmã, amiga, esposa, mãe, profissional. Muito distante da perfeição, muito. Mas feliz pela oportunidade de viver mais um dia 13 de junho, o meu dia.