Geral e Covid 19

O que pode e o que não pode nos velórios?

Publicado em: 13 de abril de 2020 às 17:38 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 08:33
  • Por
    Lucas Miguel Batista
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Foto Lucas Batista/Jornal Arauto
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    Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul impôs regras para despedidas fúnebres

    Uma tradição que atravessa gerações tem mudança com a pandemia do novo coronavírus. Os velórios estão mais restritos, destinados apenas aos familiares próximos e com limite de tempo. A imposição não é dos órgãos locais, tampouco das empresas funerárias, mas do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A dor da família, que já é grande em momentos de partida de um ente querido, é ainda maior sem as tradicionais cerimônias de despedida. 

    Independentemente da causa da morte, os corpos estão sendo velados e enterrados com caixão lacrado. Os velórios têm duração de três horas, apenas durante o dia, e respeitando o limite de 10 pessoas. Já mortos com suspeita ou Covid-19 confirmada estão sendo sepultados ou cremados logo após a liberação do corpo. Nesses casos, não são permitidos velórios ou técnicas de conservação de cadáveres. 

    Empresário do ramo funerário, Edson Halmenschlager diz que as famílias, aos poucos, estão aceitando as determinações. “É muito difícil para um neto, para um filho, não poder se despedir do familiar”, diz ele, ao mencionar que a maioria das pessoas que falece na região tem morte natural como causa e que por isso as restrições tão severas não precisavam ser impostas. “O que está acontecendo são velórios apenas para os mais próximos e só com o visor aberto”, afirma. 

    Muito tradicional em cerimônias fúnebres na região, o café, o chá e os alimentos ofertados pelas empresas funerárias estão suspensos. “É só o velório mesmo. Inclusive com menos flores. As empresas pouco estão mandando coroas de homenagens”, cita.

    Também do ramo funerário, Lucas Rohr diz que neste momento o que precisa é cumprir a determinação judicial e orientar as famílias quanto a isso, mas salienta que é difícil, ainda mais em um momento de pesar. “Estamos, na nossa empresa, desde antes do decreto, informando das restrições nos velórios através das redes sociais. Mas, mesmo assim as famílias nos questionam, principalmente os velórios do interior”, frisa ele, preocupado com o atual momento e na expectativa pelo fim da pandemia. “Tudo que está acontecendo é muito triste. Torcemos para que logo passe”, arremata.