Melhor não jogar espinhos pelo caminho. A vida gosta de nos tirar os sapatos.” (Rachel Carvalho).
A flor mais bonita do jardim, a roseira, tem espinhos. A rosa não perde seu encanto por causa deles. Trata-se de uma flor tão maravilhosa que, na maioria das vezes, esquecemos que ela possui espinhos.
Acontece que nos focamos na flor e deixamos em segundo plano a planta em si e seus espinhos. A vida não é diferente de uma roseira. O que varia são os olhares que, quase sempre, se perdem nos detalhes em detrimento da beleza dos fatos e acontecimentos.
Ao longo do caminho é importante distribuir flores e não espinhos. Facilmente nos encontramos descalços, isto é, desprotegidos e os espinhos podem nos machucar. Podemos pensar muitas coisas e agir de diferentes maneiras, mas a vida sempre dá um jeito de elaborar um fechamento. Por isso, se alguém jogar espinhos ao longo do caminho corre o risco de se complicar, pois os espinhos são causadores de muitas dores.
Quem distribui flores está propenso a colher alegrias. Não são poucos os ambientes onde é possível encontrar quem semeia conscientemente muitos espinhos. É sempre bom recordar que a colheita é proporcional à semeadura. A omissão não deixa de ser uma maneira de ampliar o espaço dos espinhos. O ato de cruzar os braços e deixar acontecer pode favorecer que o negativo se multiplique mais do que a pior espécie de erva daninha.
Os que semeiam flores nem sempre são compreendidos e apoiados. Mesmo assim, é necessário persistir na semeadura e acreditar na força das flores, isto é, do bem.
Nestes dias de intensa disputa e de multiplicação de espinhos, que as flores da esperança e do respeito desabrochem e acalmem os ânimos. Ninguém é melhor do que ninguém. Não é diminuindo o outro que eu me torno referência. Cada qual floresce do seu jeito, quando não esquece dos próprios espinhos. É bem melhor não jogar espinhos pelo caminho, pois a vida continua gostando de tirar os calçados. Viver é florescer.