Com formato inovador, Instituto combate o trabalho infantil ao ofertar programa de qualificação profissional a adolescentes do meio rural
O 12 de junho, muito lembrado pelo dia dos namorados, é também uma data de reflexão sobre o trabalho infantil. Para alguns setores, como é o caso do tabaco, o trabalho só é permitido a partir dos 18 anos. Enquanto nas cidades, esses adolescentes possuem diferentes formas de qualificação, no campo as oportunidades são mais escassas.
“Quando iniciamos o trabalho de conscientização sobre o tema, orientando sobre a proibição do uso de menores de 18 anos na produção de tabaco, recebemos muitos questionamentos por parte dos produtores que ficaram preocupados com a ociosidade dos filhos. Muitos desses adolescentes, especialmente a partir dos 14 anos, já passam a demonstrar interesse em ter uma renda própria. Fomos atrás de respostas junto ao poder público, mas muito pouco podia ser feito”, lembra Iro Schünke, presidente do SindiTabaco.
E foi nesse momento que a solução começou a ser construída. Com o apoio financeiro das empresas associadas ao SindiTabaco e intelectual de muitas mentes unidas a um mesmo propósito, o Instituto Crescer Legal foi idealizado no ano de 2014 e fundado em 23 de abril de 2015. Atualmente, com nove anos de atuação, o Instituto Crescer Legal já soma mais de mil jovens beneficiados, em 20 municípios da Região Sul do Brasil, onde foram sediadas 54 turmas do Programa de Aprendizagem Profissional Rural.
Com as cotas de empresas associadas e apoiadoras, todas indústrias do setor do tabaco, o Instituto Crescer Legal proporciona aos filhos de produtores de tabaco, de 14 a 17 anos, a contratação como jovens aprendizes para que frequentem o curso de Empreendedorismo e Gestão Rural no contraturno escolar, garantindo que fiquem longe de atividades impróprias para a idade.
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“O grande diferencial do Instituto é esse formato inovador, validado pelo Ministério do Trabalho, que utiliza a lei da aprendizagem para remunerar os adolescentes do meio rural enquanto se qualificam em suas próprias comunidades. É uma arma poderosa no combate ao trabalho infantil e, em alguma medida, na diminuição do êxodo rural, considerando que todo o conteúdo do curso é voltado para a realidade em que vivem e acaba mudando a percepção dos participantes sobre as oportunidades que a propriedade e o próprio meio rural oferecem. Fico emocionado pelos objetivos que estamos alcançando”, salienta Schünke, que também é diretor presidente do Instituto.
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