Já ouviu aquela expressão “o ouvido mais perto da minha boca é o meu”?
Já ouviu aquela expressão “o ouvido mais perto da minha boca é o meu”? Significa que, aquilo que falo, deve ser escutado, primeiramente, por mim. Pois o tema da mensagem de hoje tem representado uma luta interior minha: a impulsividade.
Quantas palavras foram ditas no calor do momento e se transformaram em arrependimentos eternos? Quantas decisões acabaram por desviar caminhos e quebrar relações preciosas? A impulsividade, embora possa parecer um atalho para resolver situações, por vezes nos leva a um labirinto de consequências indesejadas.
Agora, imaginemos uma realidade diferente. Uma postura em que, antes de deixar que palavras afiadas cortem o silêncio, nós escolhemos ouvir. Ouvir de verdade. Não apenas esperar a nossa vez de falar, mas mergulhar nas palavras do outro, sentir o peso de suas emoções, entender seus pontos de vista.
Não é fácil calar os pensamentos e a voz e deixar o outro falar. É como cultivar um jardim: precisa ter paciência. Exige tempo, cuidado e dedicação. Não se trata de inércia ou passividade, mas sabedoria de agir no momento certo.
A paciência nos ensina a respirar fundo diante dos desafios, a não nos deixarmos levar pela ansiedade de uma resposta imediata. Ela nos permite colher os frutos maduros das situações
Mas como chegar a esse patamar de calma em meio à tempestade de impulsos e reações instantâneas que nos cercam? Minha sugestão é: comece pequeno. Pratique contar até dez antes de responder a um comentário que te incomode. Dedique um momento do seu dia para simplesmente ouvir alguém sem interrupções.
Este caminho não é fácil, pois fomos educados a dar o troco na hora, a não levar desaforo pra casa. Nos disseram que era melhor se arrepender do mal dito, do que da ofensa engolida. Na prática, o resultado é desastroso.
A impulsividade nos faz destruir pontes e, às vezes, leva tempo para a gente perceber que não vai mais poder percorrer de novo aquele caminho. Quem é impulsivo não permite que sua mente se torne um espaço de calma em meio ao caos, um refúgio para si mesmo e para os outros.
Vamos fazer um combinado? Da próxima vez que nos encontrarmos à beira de uma resposta precipitada, lembrem-nos do grande poder que reside no ato de respirar, ouvir, pensar e, só então, responder.
Cultivar a paciência e escolher ouvir antes de falar pode não apenas mudar o curso de uma conversa, mas também o rumo da nossa vida.
Autora: Cátia Kist