Chegamos ao ponto que a depressão já não é a doença número um da humanidade, uma vez que a ansiedade assumiu o posto de primeiro lugar
O que vou escrever não se trata de você e eu, mas sim de nós, seres humanos. Ser feliz dá trabalho, mas vale a pena. Essa afirmação, inclusive, é uma palestra que trabalho mundo afora na ideia de esclarecer que precisamos parar de terceirizar a nossa vida.
Sim, é bem por aí que o mundo caminha, na medida que cada vez mais as pessoas com as quais convivemos confundem as coisas. Aliás, confusão, na atualidade, é o que não falta e chegamos ao ponto de que depressão já não é a doença número um da humanidade, uma vez que ansiedade assumiu o posto de primeiro lugar.
Fácil de compreender, difícil de aceitar, mas perfeitamente ao encontro das confusões que estão sendo feitas e postas à sociedade como regras para um viver em comunidade que cada vez mais está longe daquilo que nosso ancestrais pregavam em tempos remotos.
Como tudo, nesse momento, talvez alguém já esteja pensando: “lá vem ele querendo defender suas ideias, teorias, mostrar e convencer que seu jeito de pensar é o certo.” Talvez aí uma primeira confusão entre as muitas que nos cercam diariamente.
Além da confusão, que envolve desde educação, caráter e virtudes, totalmente desviados de seus conceitos primordiais, passamos por uma inversão de valores, além da vitimização, em alguns casos, como forma de ganhar atenção e ao mesmo tempo, ser uma nova maneira de doutrinação.
Vivemos uma fase de exceções ou diferenças, eu diria, sendo que as diferenciações acabam sendo “geralmente injustas”, violadoras dos direitos e cegas aos deveres. As palavras são bonitas, os discursos maravilhosos e no final haverá sempre quem queira vender a “fórmula milagrosa.”
Felicidade não tem fórmula milagrosa, não está no carro zero, na torta de chocolate trufado, na empresa milionária, ou seja, nos outros, no externo. Na essência, é algo extremamente interno, depende apenas de cada um de nós e da capacidade que temos ou desenvolvemos em ativar nossas conexões cerebrais para fazerem a máquina funcionar em sua plenitude.
Não confundir alegria e prazer com felicidade é um grande passo para ser feliz. Autoconhecer-se é fundamental, requer saber quem somos e o nosso propósito de vida. Dá inclusive para treinar mas sabemos que precisa disciplina e propósito, bem como que um curso, uma mentoria ou uma palestra podem até mostrar o caminho, contudo quem precisa percorrer a jornada somos nós.
É preciso urgentemente parar com a terceirização do sucesso e da felicidade da nossa vida, com a lista de culpados e, mais ainda, com a lista de justificativas quando percebemos que não deu certo e sabemos que a “culpa” foi somente nossa.
Muito se debate sobre o poder da oratória e a importância da escuta no mundo atual. Vejo nesse aspecto um ponto fundamental pois precisamos cultivar a arte de falar e escutar internamente conosco. Lembrem que antes de querermos mudar o mundo e a vida lá fora devemos dar três voltas dentro da nossa casa.
Experimente escutar o silêncio, experimente escutar a sua voz interior pois podemos até ser algo diferente lá fora, entretanto se esse algo não for verdadeiro, internamente ele vai te incomodar e lhe deixar ansioso.
A vida da gente é para a gente, paremos de fazer porque os outros vão gostar, porque os outros vão olhar, porque os outros vão pensar, porque os outros vão julgar.
Pensar em você, agir por você e para você, sempre com ética, carinho e amorosidade, nunca será egoísmo e sim será sempre generosidade e o maior gesto de honestidade que podemos ter para conosco. No final dá tudo certo, basta se permitir. Se não der certo, como diria meu saudoso irmão de jornada, Moacir, é porque ainda não chegamos no final. Abençoado dia para você.
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