Desdobramentos violentos marcaram um processo de tráfico de drogas que tramita na 1ª Vara Criminal de Santa Cruz do Sul. Um homem de 28 anos, que responde o caso na Justiça, foi alvejado por volta das 18h desta segunda-feira (10) por dois disparos, sendo um na cabeça, na altura da boca, que ficou alojado na região da nuca, e outro no ombro, que saiu pelas costas.

O crime foi cometido por um homem de 19 anos, que também responde ao mesmo processo. Este e seu irmão, de 24 anos, foram em um veículo prata até a residência do rapaz de 28 anos, no Bairro Castelo Branco, e cometeram o atentado.

Ferido, o indivíduo foi levado para receber atendimento médico, e não corre risco de vida. Um vídeo do fato teria sido gravado. Conforme as apurações das forças de segurança, a desavença ocorreu porque um acusa o outro no processo de tráfico.

No mesmo dia, mais cedo, uma mulher de 26 anos, que é companheira do homem alvejado, registrou uma ocorrência de perseguição e coação.

Ela é uma testemunha no processo de tráfico e seguidamente os irmãos de 19 e 24 anos, que são chefiados por um dos principais líderes do tráfico em Santa Cruz, que atualmente é apenado em Charqueadas, passam em frente a residência dela, intimidando a mulher, tendo já afirmado a terceiros que iriam atentar contra sua vida.

Os detalhes do caso

O caso que gerou o processo aconteceu em 31 de outubro do ano passado. Na oportunidade, o Setor de Inteligência do 23º Batalhão de Polícia Militar apurou a informação de que uma casa no Bairro Castelo Branco estaria funcionando como depósito de armas e drogas para uma facção.

Em monitoramento, os PMs flagraram um veículo prata chegando ao local. O homem de 28 anos – que viria a ser alvejado nesta segunda – desceu do carro com um pacote verde e largou dentro da casa. Depois voltou e saiu no veículo.

Policiais militares da Força Tática fizeram buscas e encontraram o carro em uma lavagem de veículos do bairro. Nesse local estavam o homem de 28 anos, que deixou o objeto na residência, e o outro indivíduo, de 19 anos.

Os PMs questionaram a dupla sobre o material e eles confirmaram que se tratava de drogas. Os dois autorizaram a BM a ir até a residência e recolher o entorpecente, indicando que a droga estava dentro de uma churrasqueira e um valor em dinheiro escondido em uma caixa de som.

No total, foram apreendidos 1,024 quilo de crack e R$ 25,8 mil em dinheiro. Presos em flagrante, os dois homens foram conduzidos ao presídio. Na audiência de instrução do caso, em 16 de dezembro, ambos os réus negaram envolvimento no crime.

Foram ouvidas testemunhas arroladas pelo Ministério Público e pelas defesas dos acusados que estavam presos desde o flagrante. Os dois advogados dos réus postularam a soltura de ambos.

O promotor Gustavo Burgos de Oliveira foi contra, mas a Justiça concedeu a liberdade na oportunidade, com eles passando a guardar os desdobramentos em processo soltos. Os nomes dos envolvidos no caso foram mantidos em sigilo pelas autoridades policiais.