Procurador da República marca presença em Santa Cruz nesta segunda
A edição de dezembro da reunião-almoço Tá na Hora trouxe a Santa Cruz do Sul o procurador da república Deltan Dallagnol. Nome de peso na linha de frente da Lava Jato, Dallagnol é coordenador da força tarefa da Operação, em Curitiba, e foi um dos líderes à frente das dez medidas contra a corrupção que alcançaram apoio de mais de dois milhões de brasileiros.
“Ética e a luta contra a corrupção” é o tema da palestra do evento que ocorre desde as 12h no restaurante do Hotel Águas Claras Higienópolis. A promoção é da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul. De acordo com o presidente da ACI, Lucas Rubinger, faz parte do plano da Associação trazer temas que são relevantes nacionalmente: "Quando a gente fala em desenvolver para mais 100 anos, é esse tipo de informação e ação que a gente quer trazer para a região. Falamos muito de política nesse ano e agora nós estamos aqui para passar o recado do que esperamos dos políticos".
Segundo Dallagnol, há várias pautas importantes no Brasil, entre elas o fortalecimento da democracia, desenvolvimento econômico, além da pauta da corrupção. "A pauta da corrupção se relaciona com as outras, inclusive com a pauta forte de segurança pública, porque o dinheiro que é desviado pela corrupção poderia ser direcionado para maior desenvolvimento econômico e para uma maior segurança pública", explica.
Conforme ele, pesquisas mostram que países com baixos níveis de corrupção são aqueles com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o que significa maior renda per capita e maior nível de saúde e educação da sociedade. Para combater a corrupção, Dallagnol acredita que é preciso um sistema de justiça criminal que funcione. "Nosso sistema é ainda disfuncional. Na Lava Jato e em outras grandes operações nós lutamos contra as engrenagens de um sistema que não funciona contra corruptos poderosos. Hoje nós estamos tirando água de pedra e precisamos consertar esse sistema", destaca.
Além disso, ressalta que para promover a integridade em um ambiente público e privado é preciso incentivar a existênciade empresas, reduzir a burocracia, aumentar a transparência nos gastos públicos. Para que isso ocorra, segundo ele, foram feitos alguns pacotes, sendo que um dos pacotes de lei chamou-se 'Dez medidas contra a corrupção' e existe um mais recente que foi liderado pela Fundação Getúlio Vargas, de transparência internacional, com a participação de mais de 200 especialistas, conhecido como 'Novas medidas contra a corrupção'.
Ninguém está acima da lei
Questionado sobre a prisão do ex-presidente Lula, Dallagnol destacou que não somente a prisão do petista, mas também a de Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e príncipes, pessoas consideradas as mais ricas do Brasil, mostram que ninguém está acima da lei. "Se queremos igualdade, temos que trabalhar com uma democracia mais forte. É preciso entender que as regras não valem apenas para os pobres, mas também para os poderosos", afirma.
Segundo o procurador, o esquema de corrupção não é pontual e nem apenas dessa época. "Vem de décadas e está espalhado. De todas as panelas que tiramos as tampas, encontramos corrupção", lamenta. Conforme ele, pesquisas apontam que países com pouca corrupção têm melhor saúde, mais educação e são mais desenvolvidos. "Por isso não podemos considerar a corrupção normal. Não podemos nos acostumar. Precisamos levantar da cadeira", sugere.
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