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Deputados manifestam contrariedade à posição do Brasil

Publicado em: 10 de novembro de 2016 às 08:50 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 10:47
  • Por
    Bruna Lovato
  • Fonte
    Cristiano Guerra/Divulgação
  • Foto: Cristiano Guerra/divulgação
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    Políticos se retiraram da reunião

    Em reunião realizada com o Embaixador do Brasil na Índia, Tovar da Silva Nunes, e representantes do país na COP7, realizada no final da tarde desta quarta-feira (9), na Índia, a comitiva de parlamentares do Rio Grande do Sul, composta pelo presidente da Comissão da Agricultura da Assembleia Legislativa, Adolfo Brito, e os deputados Edson Brum, Zé Nunes, Pedro Pereira e Marcelo Moraes, apresentou oficialmente ao representante máximo do Brasil na Conferência, a contrariedade do grupo por terem seus acessos, assim como de toda a imprensa mundial, suspensos durante as discussões técnicas que estão sendo realizadas ao longo da semana.

    A decisão surgiu horas após a Tailândia recomendar que as reuniões fossem restritivas, levando os 181 países envolvidos na COP – inclusive o Brasil – a concordarem com o país asiático. Segundo os parlamentares, essa é uma atitude antidemocrática e fere o Artigo 4.7 da própria Conferência. Os deputados afirmam que seguirão defendendo o setor do tabaco, cultura na qual 320 mil pessoas trabalham diariamente no campo e que dependem da produção para sobreviver, gerando emprego e renda.

    Todos os parlamentares dos países envolvidos na COP7, representantes das entidades e organismos vinculados à cadeia produtiva, prefeitos, imprensa internacional estão tendo o acesso negado aos debates. Os jornalistas da mídia mundial também estão questionando a falta de transparência no encontro.

    Segundo os deputados, a posição brasileira na COP7 não reflete o potencial da cadeia produtiva. O governo brasileiro não está agindo em defesa dos produtores. Em nome dos parlamentares presentes na reunião, o deputado Edson Brum apontou alguns equívocos do Brasil em relação a COP7. "Nosso país está se curvando aos interesses e pressão de uma minoria composta por ONGs e membros da equipe de trabalho que compõem a Conicq", destacou o parlamentar.

    Já o presidente da Comissão da Agricultura em declaração à imprensa, disse que a representatividade da comitiva brasileira não reflete os interesses de produtores rurais e toda a cadeia produtiva do tabaco, tanto no aspecto social, quanto econômico. "O governo federal, para as próximas edições da conferência, precisa repensar sua representação", concluiu Adolfo Brito.

    Depois de manifestarem suas contrariedades à atual posição de atuação do Brasil na COP 7 e a confirmação por parte do Embaixador Tovar Nunes de que somente no sábado, após todas as definições, os parlamentares e imprensa teriam acesso à conferência, a comitiva de deputados do Rio Grande do Sul se retirou da reunião.