Empresário Luiz Faccin relembra paixão de infância e trajetória de sucesso no ciclismo santa-cruzense
Para a maioria das pessoas, a bicicleta é considerada um símbolo da infância. As memórias afetivas trazem a lembrança da cor, do modelo, dos trajetos e é claro, dos tombos. Dessa relação com o primeiro veículo a que somos apresentados, nascem grandes paixões. Um dos exemplos é o santa-cruzense Luiz Faccin que, através do seu empreendimento incentiva as pessoas a, assim como ele, viver e sentir todas as coisas boas que a pedalada proporciona.
A história de amor do empresário com os pedais iniciou aos 11 anos, após um trajeto realizado com os vizinhos de Santa Cruz até o Porto Ferreira, em Rio Pardo. "Na época, meu pai tinha uma borracharia, arrumava bicicletas e eu tinha uma monareta aro 20. Depois, quando conheci o Paulo Lopes, um ciclista antigo aqui da cidade, comecei a pedalar ainda mais longe e troquei a minha bike por uma Caloi 10. Com o tempo, migrei para o Mountain Bike e também participei do bicicross. E assim foi crescendo a minha paixão", lembra Faccin.
Da mesma forma que a relação do empresário com as bicicletas foi aumentando, a Faccin Bicicletas se tornou referência no mercado em Santa Cruz. Desde 1981 até hoje, o empreendimento passou por várias transformações, mudanças de endereço, evolução na comunicação – que já ocorreu através de cartas – e acompanhou muitas histórias de pessoas que confiaram na bicicleta um novo modo de vida. Para Faccin, que aos 15 – quando havia acabado de entrar para o ensino médio – já acompanhava a rotina na loja da família, o que mais marca na trajetória é o contato com as pessoas. “Desde que comecei, passamos por diversas dificuldades e muito trabalho, mas sempre tivemos muito contato com nossos clientes, além de recebermos pessoas novas, conhecer outras histórias e também saber daqueles que mudaram de vida a partir do momento que iniciaram a pedalar. E as pessoas quando começam, vão convidando mais gente para pedalar junto. Isso nos dá prazer e é o motivo que nos faz seguir a diante”, conta o empresário.
Do ciclista mais esportivo, que deseja percorrer distâncias maiores, ao que deseja apenas buscar mais qualidade de vida e fugir da rotina, Luiz Faccin recomenda: “Para quem quer começar a pedalar, o investimento em uma bicicleta mais simples, uma roupa e um capacete fica em torno de R$2,5 mil. Outra coisa importante para quem inicia e não ir sozinho, sempre procurar formar um grupo de três pessoas, por questões de segurança. Assim, começando aos poucos e tendo disciplina, se vai cada vez mais longe”, aconselha Faccin.
Aos iniciantes, ele indica um trajeto fácil e clássico na região. “Um roteiro que todo mundo pode fazer é de Santa Cruz à Vera Cruz, dá em torno de 30km. Vai até a Caixa D’água, passa pela Kopp, entra em Linha Andréas até a Cascata do Franke, retorna pela Linha Borges que sai na Ponte de Ferro do Rio Pardinho e depois volta à Santa Cruz”, acrescenta.
Ao contrário de muitos segmentos, a pandemia não atrapalhou em nada e ainda fomentou a venda de bicicletas. Por ser um veículo indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as pessoas cada vez mais buscam a bicicleta que, além de servir como uma forma de esporte, é uma meio de transporte aconselhável, pois evita aglomerações. Segundo Faccin, outra tendência que chega ao mercado deve incrementar ainda mais o ramo. “O uso das bicicletas assistidas, com motor elétrico, vai permitir que muita gente consiga fazer percursos. Em função do motor, também vai poder substituir a motocicleta ou carro”, analisa o empresário.
Hoje, com 50 anos, Luis Faccin olha pra traz e enxerga que tudo valeu a pena. “Guardo com muito carinho todas as provas que já realizei. Seja aqui no Brasil, na França onde me tornei o terceiro brasileiro a concluir a prova de 1,2 mil quiômetros ou atravessando fronteiras. A bicicleta representa tudo pra mim. Desde criança andando, eu hoje trabalho com isso. Eu vivo bike 20 horas por dia. É tudo”, finaliza, emocionado.