Equipe da Unisc já percorreram as ruas do município na manhã deste sábado
Neste sábado (9) e domingo (10) ocorre a terceira fase da pesquisa que busca estimar o número de pessoas que já contraíram o coronavírus no Rio Grande do Sul. Nesta terceira rodada do levantamento, a meta é aplicar testes rápidos e entrevistar 4,5 mil moradores em nove cidades das regiões demográficas do Rio Grande do Sul.
Além de Santa Cruz do Sul; Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria e Uruguaiana também vão sediar a pesquisa inédita, encomendada pelo governo do Estado da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que está mapeando os casos de coronavírus e acompanhando, quinzenalmente, a velocidade de disseminação do contágio entre os gaúchos. “É o primeiro estudo a fazer esse levantamento global, incluindo pessoas sem sintomas, e observar a população das mesmas cidades ao longo do tempo”, comenta o coordenador-geral do estudo e reitor da UFPel, Pedro Hallal.
Evidências de etapas anteriores mostraram que os casos notificados da Covid-19 representam uma parcela pequena das pessoas infectadas, em comparação com a realidade do número de casos na população. Para cada diagnóstico confirmado da doença no Rio Grande do Sul, o estudo estima que existem ao redor de 12 casos não notificados.
A etapa mais recente, cujos resultados foram divulgados pelo governador Eduardo Leite em coletiva de imprensa no dia 29 de abril, confirmou também a alta transmissibilidade do vírus no ambiente doméstico. Pela primeira vez, foram testadas as pessoas que moravam com as que tiveram teste positivo para Covid-19. No total, 75% dos que dividiam a residência com o participante com teste positivo apresentaram o mesmo resultado no exame.
Além disso, a pesquisa indica queda da adesão às recomendações de distanciamento social. Dos 4,5 mil entrevistados, 28,3% disseram sair de casa todos os dias. Na primeira etapa, a proporção era de 20,6%. As cidades onde as pessoas mais saem às ruas diariamente foram Ijuí, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul.
Monitoramento do avanço
Assim como nas fases anteriores, durante três dias entrevistadores da pesquisa visitarão 500 domicílios selecionados por sorteio em cada cidade e aplicar o teste rápido para anticorpos do coronavírus. No domicílio, novo sorteio determina o morador em quem o teste será aplicado.
Durante a visita, os entrevistadores – profissionais voluntários da área da saúde – coletam uma amostra de sangue (uma gota) da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em aproximadamente 15 minutos. Enquanto o resultado é processado, os participantes respondem a um breve questionário sobre informações sociodemográficas básicas, sintomas da Covid-19 nas últimas semanas, busca por assistência médica e rotina da família em relação às medidas de prevenção e isolamento social. Se o resultado for positivo, os profissionais entregam um informativo com orientações e repassam o contato do participante para acompanhamento e suporte da Secretaria da Saúde do município.
Em caso de dúvida, os participantes poderão entrar em contato com os órgãos de segurança do município para checar a abordagem à casa. A Brigada Militar e a Guarda Municipal das localidades estão apoiando o estudo e têm informações sobre os locais de visitação previstos na pesquisa.
O cronograma inicial prevê quatro rodadas de exames e entrevistas. As duas primeiras ocorreram nos fins de semana de 11 a 13 e de 25 a 27 de abril. A quarta fase está programada para o período de 23 a 25 de maio. Ao todo, serão testadas 18 mil pessoas. No entanto, a coordenação da pesquisa e o governo do Estado estudam dar sequência aos acompanhamentos em junho.
A ideia de desenvolver um estudo de prevalência da Covid-19 surgiu nas discussões do Comitê de Análise de Dados sobre a pandemia, instituído em março pelo governador, e que tem no comando a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos.
A pesquisa coordenada pela UFPel conta com apoio de uma rede de 12 instituições de ensino superior públicas e privadas: Imed, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade La Salle (Unilasalle) e Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí).
O custo do estudo, de R$ 1,5 milhão, tem financiamento da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta, também da capital, e do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro.
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