Ao lado do produtor rural, mão de obra que emprega mais de 40 mil trabalhadores no Brasil é apresentada como um dos elos mais frágeis da cadeia produtiva do tabaco perseguida durante a COP-10
A Federação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias do Fumo e Afins (FENTIFUMO) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (NOVO STIFA) apresentaram a realidade do trabalhador que atua na indústria do tabaco. Ao lado do produtor rural e ambos considerados os elos mais frágeis da cadeia produtiva. Na busca por respostas sobre o posicionamento do Brasil diante da 10ª Conferência das Partes para o Controle do Tabaco (COP-10), a representação dos trabalhadores compartilhou a angústia de quem acompanha, de longe, as discussões que têm impacto no cotidiano da atividade.
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O Presidente da FENTIFUMO e NOVO STIFA Gualter Baptista Júnior, que acompanha o evento mesmo sem ter acesso à plenária e às discussões, usou a palavra no encontro promovido pelo embaixador Carlos Henrique Moojen de Abreu e Silva para exibir a invisibilidade do trabalhador na conferência. “Hoje aqui eu represento mais de 40 mil trabalhadores, que na maioria das vezes, sequer são citados nestas discussões. Estou falando de 40 mil rostos, 40 mil vidas e 40 mil sonhos, pois nenhum deles prefere receber ajuda do governo do que trabalhar. São pessoas que estão, assim como nós, apreensivas diante do que pode ocorrer nesta conferência”, alerta.
Baptista Júnior criticou também a falta de acesso ao posicionamento do Brasil. Como signatário da COP, o país precisa formalizar uma posição ao evento, que só avança no que se refere a medidas de controle do plantio e consumo do tabaco com o consenso dos 183 países participantes. “Estamos aqui em busca de respostas, para que quando retornarmos ao Brasil possamos olhar na cara dos nossos representados para dizer a verdade”, pontua.
O Presidente da FENTIFUMO e do NOVO STIFA ressaltou ainda o respeito que se dá, por parte da indústria aos trabalhadores, tanto na cidade quanto no meio rural. “Estamos falando de uma cadeia produtiva que não coleciona maus exemplos como trabalhadores vivendo em condições análogas à escravidão. Isso não ocorre no tabaco porque há seriedade e tradição nesta atividade secular”, defende.
Sem a devida resposta por parte da representação brasileira na COP-10, Baptista Júnior confirmou que irá continuar até o fim da conferência, no próximo sábado, dia 10, acompanhando mesmo que de maneira remota os desdobramentos do evento. “É por todos estes trabalhadores, que não querem perder seus empregos e ir para as filas do auxílio que estamos aqui. E para eles temos a obrigação de dar respostas precisas acerca de tudo que pode, de certa forma, interferir em seus empregos”, complementa.
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