À frente do Sindilojas, proprietário da Hoffmann Spode fala sobre sua paixão por empreender e se envolver com a comunidade
Quando o pai Heiner Ulrico Spode chegava em casa após diversas atividades em prol de entidades de Santa Cruz do Sul, o filho Mauro Spode questionava-se: "Mas, pai! Com tantos compromissos na empresa, como você consegue administrar tudo isso?". "Você precisa passar por isso para entender", respondeu. E agora Mauro Spode, presidente do Sindilojas há quase oito anos e que teve uma passagem de uma década na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) do município, compreende, depois de tudo, as palavras do pai.
O trabalho árduo em prol dos comerciantes é também muito compensador. "Nós acabamos conhecendo muitas pessoas e isso é gratificante. Estamos contribuindo para o crescimento do município como um todo. Os diálogos te ajudam a abrir horizontes", destaca. Embora não tenha mais ao seu lado seu grande inspirador, que faleceu nas vésperas do natal de 1999, Mauro Spode segue trilhando seu caminho motivado pelos ensinamentos do pai.
Afinal, além de incentivá-lo a participar das entidades da terra da Oktoberfest, Heiner Spode também introduziu a óptica e joalheria Hoffmann Spode no caminho do filho. Desde 1903, a empresa atende Santa Cruz do Sul, mas foi em 1952 – quando a família Hoffmann adquiriu a primeira sala comercial do prédio do Colégio Marista São Luís, que a trajetória dos empresários Spode iniciou junto ao empreendimento. "Foi meu primeiro e único emprego. Uma história de quase 40 anos", se orgulha.
Empresa centenária, mas de olho no futuro
Com a pandemia do novo coronavírus, a óptica e joalheria passou por mudanças. "Percebemos a necessidade de mudar algumas coisas. Para uma loja centenária e tradicional, passamos a nos preocupar ainda mais em como atrair os jovens clientes. Foram pequenas atitudes que fizeram muita diferença. Passamos a abrir ao meio dia e nos sábados durante a tarde. Foi um divisor de águas. Não esperávamos um retorno tão rápido, mas fomos surpreendidos com essa repaginada", salienta.
Momentos vividos com a pandemia que foram únicos na trajetória de 117 anos. "É preciso perseverar. Para você você estar no comércio, você precisa ser um pouco teimoso. Caso contrário, você ficará pelo caminho", diz. Além de investir em meio a esse novo normal, a empresa também prepara a sucessão. "Nos próximos meses, teremos novidades", antecipa.
Afinal, da mesma forma que se preocupam em passar os negócios para pessoas mais novas, também entendem a importância da empresa atingir todos os públicos. "Eu aprendi com meu pai que a maior satisfação que a gente tem, se o serviço está sendo feito de acordo, é quando você começa a atender, além da primeira geração, a segunda e agora, no meu caso, a terceira. Isso é muito gratificante", pontua.