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    Maiquel Thessing
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    “Eu não tinha dinheiro para investir, mas eu conhecia o ramo”, diz proprietário da Geração Materiais para Móveis

    Publicado em: 07 de agosto de 2020 às 15:30 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 14:44
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    História da empresa de 31 anos começa de forma simples em um chalé no Bairro Arroio Grande

    Do estoque limitado, das madrugadas com receio da chuva, dos tombos e das incertezas, sempre em rumo à vitória. Roberto Baumgarten não sabia quando aconteceria, mas sempre teve certeza de que daria certo. A Geração Materiais para Móveis tem 31 anos de história, 125 colaboradores, 100 fornecedores e nove mil itens à disposição da comunidade em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, mas também em Lajeado, no Vale do Taquari, e até em Santa Maria. Quem pensa na grandiosidade do empreendimento, não imagina que tudo começou em um pequeno chalé, no Bairro Arroio Grande. 

    Após atuar em uma loja de móveis em Santa Cruz do Sul e de investir em sociedade numa fábrica em Candelária, o futuro proprietário da Geração passou a cogitar as possibilidades de trabalho que poderiam aparecer, sempre considerando a experiência já obtida. Baumgarten, que cresceu nas lavouras de tabaco em Linha Santa Cruz, sempre sonhou em ter a própria empresa. Foi esse desejo o combustível das lutas diárias que precisou enfrentar até alcançar o que queria. 

    Resolveu trabalhar como representante e investiu na comercialização de tintas. Armazenadas no chalé da família no Bairro Arroio Grande, aquelas latas se tornaram o seu sustento, mas também os objetos que lhe faziam lembrar que quem trabalha com dedicação, algum dia, é recompensado. "Eu enchia meu Chevette de tintas e ia para Cachoeira do Sul, Lajeado, Venâncio", conta. Além das viagens, a loja física, na Rua Amapá, foi se estruturando. E, muito embora sem funcionários, Baumgarten contava com a ajuda da família e da sócia Cledi Hilbig. 

    Foi então que os clientes começaram a solicitar mais do que tintas. "Tem parafuso? E cola?" Os questionamentos de quem fazia o negócio acontecer sempre foram valorizados e, por isso, ele passou a procurar mais espaços dentro de casa para guardar os produtos. "Coloquei ferragens, mas tudo com estoque limitado. Eu não tinha dinheiro para investir, mas eu conhecia o ramo. Eu queria vencer na vida, ter uma empresa, mas não foi fácil. Eu apanhei muito. Eu tentava vender à vista, para colocar no prazo e sobrar dinheiro para oferecer mais produtos", destaca. 

    Quando os clientes passaram a pedir chapas, Baumgarten não tinha onde armazenar, mas queria proporcionar a venda. Então fez uma armação com lonas e utilizou o pátio da residência para a estocagem. "Toda vez que chovia forte, tinha temporal, eu levantava de madrugada para ver se estava tudo certo. Era tudo o que eu tinha", relembra. A determinação rendeu bons frutos e o crescimento foi inevitável. Alugou um espaço nas proximidades da Unisc, depois ficou um tempo na Rua São José, na Rua Independência e finalmente se instalou na Rua Tiradentes, entroncamento com a Rua São José. A mudança para o terreno de 9 mil metros quadrados ocorreu em 2007 e, no ano seguinte, o terreno à frente na Rua São José, de oito mil metros quadrados, também foi adquirido. 

    Ao resumir toda a trajetória, o empresário não esquece de cada momento difícil que o fez crescer, evoluir, se adaptar. Mesmo em meio à pandemia, planeja a inauguração da sede própria em Santa Maria, assim como comemora o aumento nas vendas e o comprometimento de todos os seus funcionários, que ele prefere chamar de líderes. "Você não faz nada sozinho. Você pode ter todo o projeto e visão, mas você precisa de pessoas. Se você não tem pessoas qualificadas, você não vai a lugar nenhum. Treine e qualifique. Dê liberdade para elas mostrarem seu potencial. Estou à frente da empresa, mas tenho líderes que sabem o que precisam fazer", diz.

    Confira também abaixo algumas fotos das antigas instalações e outros registros que marcaram a época: