Conforme a denúncia, as supostas captações de salários teriam ocorrido nos períodos de janeiro de 2014 a outubro de 2019
O Ministério Público de Santa Cruz denunciou a ex-vereadora de Santa Cruz, Solange Finger, por suposto esquema de "rachadinha", nome dado para o ato de captação de salários de assessores. A investigação é da Promotoria de Defesa Comunitária, que tem como responsável o promotor Érico Barin. A ação é um desdobramento da Operação Feudalismo.
Conforme a denúncia, as supostas captações de salários teriam ocorrido nos períodos de janeiro de 2014 a outubro de 2019, em datas e horários diversos, sendo normalmente, nas datas de pagamento dos salários dos servidores da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul. A destinação dos valores, de acordo com a investigação ocorreu "em vários locais, inclusive nas dependências da Câmara de Vereadores, por no mínimo 70 (setenta) vezes".
Ainda de acordo com a denúncia, Solange Finger e o marido "em concurso de vontades e conjugação de esforços, exigiram, direta ou indiretamente, ainda que fora da função pública mas em razão do cargo de Vereadora da primeira acusada, vantagem indevida, angariando montante pecuniário superior a R$ 180 mil" de ao menos três profissionais que passaram pelo Legislativo. A denúncia também apura ums suposta contratação de um assessor parlamentar, remunerado por verba pública, sem qualquer efetivo trabalho prestado ou contraprestação de interesse público.
Tanto Solange como o marido podem responder por improbidade administrativa e concussão. A instauração do inquérito civil teve origem no depoimento prestado por uma das ex-assessoras de Solange. Ela revelou em depoimento ao Ministério Público que, durante todo o período em que atuou como Assessora Parlamentar da vereadora teve de repassar a ela cerca de 80% de sua remuneração.
Atualmente, Solange está afastada da política local.
O advogado Ezequiel Vetoretti, que defende Solange Finger e outros três ex-vereadores na Operação Feudalismo, disse observar que a inicial apresenta algumas contradições em relação às outras acusações anteriormente ajuizadas pelo Ministério Público, bem como trata situações idênticas de forma completamente distintas. "Qualquer manifestação acerca do mérito da ação seria precipitada e em nada contribuiria para o esclarecimento dos fatos. Uma acusação desta natureza normalmente inicia dilatada e, apenas com a companhia experiente do tempo, acaba adquirindo o seu tamanho normal, com o esclarecimento de pontos e o afastamento de acusações infundadas. Em respeito ao Juízo, nos manifestaremos no único, legitimo, democrático e adequado ambiente que é o processo", destacou em nota.
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